domingo, 29 de março de 2009

Correntes Historiográficas - P2





Correntes historiográficas

Parte 2

Nos anos 70, outros historiadores alcançaram a fama, com
suas polêmicas. Assim, Joachim Fest e John Toland, a
abordarem o perfil psicopatológico e os personalismos dos
líderes, nas cristas dos movimentos históricos, com o homem
empurrando o processo histórico). (Nessa linha, temos nos
anos 90 a obra “O Duelo de Churchill e Hitler”, de John Lukacs,
historiador norte-americano de origem húngara, que mostra
o duelo de personalidades nos encaminhamentos do processo
histórico. Uma luta de nações movida por uma luta de egos.
O nacionalismo mais fascinante que o internacionalismo, o
populismo mais atraente que o socialismo. As figuras do
reacionário, no caso, Churchill, e do revolucionário, aqui, Hitler.
(Mesmo que Hitler seja um 'revolucionário de direita', de
'cima-para-baixo', enquanto Trotsky e Lênin começaram
pelas bases populares)

Alinha historiografia, fatos explicam fatos, tem seu representante
em John Keegan,depois Sir,OBE, autorde “Barbarossa: Invasion
of Russia
” (1941) e “The Second World War” (1990), onde mostra
suas suspeitas quanto as ideias de Clausewitz, onde polítca e
guerra se misturam e se perpetuam.

Seguindo a linha da história econômica está o historiador
britânico Timothy Mason (1940-1990) da Oxford University, que
segue uma abordagem muitopróxima daquela de Mandel,com
ênfase nas condições da Classe Operária em sua luta contra os
interesses capitalistas.(Principalmenteem “The Working Class
and the National Community
”, 1975) E de como os problemas
econômicos empurraram Hitler para a guerra (mas e a ideologia
do 'Lebensraum'? Do 'Império de Mil anos' ? O lado místico do
nazismo é deixado em segundo plano)

Quanto a polêmica, destaca-se David J. C. Irving, que publica
Hitler's War" em 1977, onde a visão do ditador alemão domina,
onde certas arbitrariedades e crueldades são justificadas num
'grande plano', onde o Holocausto foi uma disfunção da 'máquina
bélica' e não seu objetivo. Assim a figura do 'revisionista' ganha
fama do cenário da historiografia (ainda mais quando Irving
recebe apoio do teatrólogo Rolf Hochhuth, persona non grata
no Vaticano, desde a sua peça “O Vigário” (Der Stellvertreter),
onde a figura de Pio XII, 'o papa de Hitler' causa mal-estar.
(Mote excelente para John Cornwell estruturar sua obra
Hitler's Pope”, publicada em 1999. Com igual polêmica!)

Em contraponto a Irving, eis a obra de Daniel Goldhagen, “Os
Carrascos Voluntários de Hitler
”(1996), publicado em Harvard,
EUA, onde não apenas houve o Holocausto como o povo alemão
teve importante participação, com a exteriorização de todo o
anti-semitismo, como se a 'purificação da raça' fosse a remissão
para todos os pecados.

O britânico Richard Overy abre uma disputa com T.Mason, quanto
as questões econômicas, e analisa o esforço de guerra, e suas
causas, em “The Origins of the Second World War” (1987), “Why
the Allies won
” (1995), “Russia's War: Blood upon the snow
(1997), dentre outras obras; mas outro historiador, também britânico
(de Cambridge), Adam Tooze, vem defender a abordagem de
Mason sobre os fatalismos do modelo econômico do III Reich,na
obra “The wages of destruction”, de 2006, onde pode-se concluir
que Hitlerprecisava guerrear e saquear para pagar as contas!

Apegado a historiografia sem interpretações está o britânico
Antony Beevor ( foi discípulo de John Keegan ) que aborda a
guerra total entre germânicos e russos nas obras “Stalingrad
(1998) e “Berlin 1945”(2002), onde mostra o quanto eram cruéis
os dois sistemas políticos em confronto na Frente Oriental,1941
a 1945, o stalinismo (dito 'comunismo') e o hitlerismo (dito
'nacional-socialismo'): um inferno para ambos os povos,
os eslavos-russos e os germânicos.

Recentemente, o destaque é Ian Kershaw, outro britânico, e Sir,
com sua objetividade dos fatos, ao estilo estruturalista, contra a
visão de 'grande homem' (mesmo aquela negativa). Nem o
historicismo dos marxistas nem o personalismo dos criadores de
mitos. Destaca-se a biografia “Hitler”,em dois volumes, “Hubris” e
Nemesis”, publicados em 1998 e 2000.

Moda agora também é a vida amorosa do ditador alemão, com as
obras “Hitler e as mulheres”, de Ian Sayer e Douglas Botting, e
Mulheres de Hitler”, de François Delpla, obras que mostram um
homem atormentado por sexualidade reprimida, delírios passionais
e histeriaamorosa.Trocando energias eróticas com as multidões
apaixonadas, tal um superstar que é frustrado entre quatro paredes.

As correntes historiográficas se formam a partir de questões e
respostas distintas. Há um fato - e descobrir suas causas e
consequências é a motivação.O que e por que aconteceu. Um
exemplo? O atentado contra o Führer em 8 novembro 1939, no
Burgerbraukeller de Munich, em pleno início da Segunda Guerra,
quando (o fato) um tal Johann Georg Elser,carpinteiro, operário,
instalou uma bomba de efeito retardado num dos pilares do
auditório.E havendo Hitler saído mais cedo, a bomba explodiu
meio aos retardatários. O atentado matou 7 pessoas e feriu
outras 63.

Explicações para o fato são basicamente 4, a saber, Elser agiu
sozinho, por conta própria, pois odiava o ditador, ou então,
Elser agiu por ordens de um complô anti-nazista. Outra
versão diz que Else agiu por ordem de Himmler (que queria
logo eliminar Hitler e assumir o poder). E ainda encontramos
que Elser agiu por ordem de Himmler (que avisou Hitler) e
tudo para culpar os britânicos (aqui o reforço fatual: o jornal
Völkischer Beobachter pôs a culpa do incidente no Serviço
Secreto britânico
.

por
Leonardo de Magalhaens

http://leonardomagalhaens.zip.net/

quarta-feira, 25 de março de 2009

Correntes Historiográficas - P1






CORRENTES HISTORIOGRÁFICAS



Parte 1

Uma das problemáticas para quem vai estudar sobre a
Segunda Guerra Mundial é a quantidade de informações
disponíveis e a quantidade de lacunas, além das inúmeras
abordagens conflitantes e contraditórias dependendo das
perspectivas assumidas pelos historiadores – perspectivas
não apenas nacionais, mas sobretudo ideológicas.

Historiadores aristocratas com ideias radicalmente contrárias
às de um scholar de classe média ou de origem proletária.
Professores burgueses que exaltam o liberalismo. E os
ex-comunistas que glorificam a democracia. Escritores direitistas
que negam o Holocausto. Todos com suas visões particularistas,
tendenciosas.

Um dos primeiros a escrever, a começar por seus diários, foi
o jornalista norte-americano William Shirer, que publicou em
1960, o já clássico “The Rise and Fall of the Third Reich” (A
Ascensão e a Queda do III Reich) onde os fatos políticos, as
decisões de gabinete, se entrelaçam com as batalhas militares.
Um dos primeiros a analisar a propaganda e a deturpação das
informações – o que o governo divulga e o que omite ao
conhecimento popular.

Outro clássico é Ernest Mandel (1923-1995), onde as forças
históricas e a análise estrutural do imperialismo capitalista é
mais importante que líderes e grandes homens, aqui meros
fantoches de 'forças históricas'. Assim, para Mendel (e também
Trotsky e E. Fromm), Hitler representa apenas uma marionete
do processo histórico – o capitalismo corporativo aliado ao
nacionalismo militarista, enquanto Churchill, o aristocrata
britânico, seria a continuação da Primeira Guerra Mundial,
com sua defesa do imperialismo britânico.

Também com base marxista, encontramos Isaac Deutscher
(1907-67), observador dos primeiros tempos do fascismo,
biógrafo de Trotsky e Stálin, meio ao fogo cerrado das
ideologias, o flagor dos extremismos. Ataca o Estalinismo,
mas tentando resguardar o Bolchevismo, tentando lembrar
o que seja socialismo. Enquanto ataca os ex-comunistas, entre
eles, o escritor Louis Fischer, biógrafo de Lenin e Stálin, que
passa a atacar o totalitarismo soviético. Tanto I. Deutscher quanto
L.Fischer são inexatos, o primeiro por ser de esquerda, e o
segundo por ser ex-comunista, e assim mostrarem os fatos sob
um aspecto ideológico, a ressaltarem ora o espírito da Revolução,
ora a miséria do povo russo, enquanto procuram ou desculpar
excessos (assim faz Deutscher) ou apontar violências (assim
faz Fischer)

Aproveitando o farto material disponível nos Julgamentos de
Nuremberg, o aristocrata britânico Allan Bullock (1914-2004)
escreveu em 1952 o livro “Hitler: A Study in Tiranny', obra esta
que abre um debate com outro aristocrata, Hugh Trevor-Roper,
um anti-comunista fervoroso, quando ambos tentam chegar a
uma resposta para a velha questão: Hitler era um oportunista
ou um ideólogo fanático? Isto é, Hitler acreditava mesmo no
que escrevia, dizia e gritava?

A ideia de um “Sonderweg” (“caminho especial”) germânico em
seu avanço e tragédia histórica, é negada pelo historiador alemão
Karl Dietrich Bracher em sua obra “Die Auflösung der Weimarer
Republik” (1955), a pobre democracia imposta de fora e negada
internamente nos embates de radicais de esquerda e de
direita. Nega a teoria marxista de nazismo enquanto 'conspiração
reacionária capitalista', mas aceita a tese do Populismo (aqueles
movimentos 'völkisch', p.ex.) outro destaque é “Die deutsch Diktatur”,
de 1969. Uma análise dos dilemas alemães com a derrota na
I Guerra Mundial, até a estruturação totalitária, esta negada por
Martin Broszat, também alemão, que ressalta os aspectos
irracionais do nazismo, movendo um estado de 'economia de
guerra' (assim 'totalitarismo' seria somente o sistema estalinista)
Nessa linha de comparar 'hitlerismo' e 'stalinismo' se destaca o
também germânico Ernst Nolte, mostrando os dois lados da moeda
(Hitler e Stalin: um contra o outro, e assim criando suas carreiras
políticas. Hitler diz ser o anti-bolchevista-mor, e Stálin, o defensor
dos povos contra o fascismo)

continua...


por Leonardo de Magalhaens

domingo, 15 de março de 2009

Alemães ocupam a Boêmia e a Morávia






Alemães ocupam a Boêmia e Morávia
em março de 1939

Depois da vergonha de Munique, quando alegando a
perseguição dos alemães da região montanhosa dos
Sudetos, o ditador Adolf Hitler conseguiu emparedar o
apaziguador homem-do-guarda-chuva, o Primeiro-Ministro
Britânico Neville Chamberlain, no sentido de garantir
tais regiões sobre 'proteção' do Reich, assim aconteceu de
as melhores fortificações da região caírem mãos nazistas.

Como poderiam os tchecos resistirem? Como poderia
combater? Todas as melhores posições estavam sob controle
alemão, e a ocupação da Boêmia e Morávia, na segunda
quinzena de março de 1939, foi um mero passeio. Praga foi
ocupada e um novo governo alemão se dizendo 'protetorado'
foi instituído, sob o comando do Ministro de Relações
Exteriores Konstatin von Neurath, antecessor de Ribbentrop,
e um oficial que serviu na Primeira Guerra Mundial, de
ascendência nobre suábia, um tipo palaciano, subindo nas
ondas de intriga na decadente república de Weimar, e depois
na corte nazista.

Von Neurath obviamente governaria com um título de 'protetor'
seguindo as diretrizes hitleristas de controle e censura, além
de discriminação racial e perseguição aos judeus. (Tanto que
seria julgado em Nuremberg)

Mais info sobre Neurath e o 'Protetorado' em (english) http://en.wikipedia.org/wiki/Konstantin_von_Neurath
e http://en.wikipedia.org/wiki/Protectorate_of_Bohemia_and_Moravia


A política de ocupação e repressão se baseava basicamente
em restringir a cultura tcheca, aliando a cultura do Danúbio,
como um regresso ao tempo em que nem existia a Tchecos-
lováquia (criada em 1918, com cosntituição de 1920) e toda
a região era parte do Império Austro-Húngaro, e Praga ocupava
um destaque de cultura alemão (lembrar que o escritor Franz
Kafka escreveu em alemão, não em tcheco nem iídiche, o que
possibilitou maior divulgação na cultura centro-européia).

Ao mesmo tempo em que agregava os tchecos a uma cultura
alemã-austríaca, os nazistas incentivaram o separatismo dos
eslovacos, que logo proclamaram uma República Eslovaca, em
14 de março, a ser mais um Estado na órbita da Grande Alemanha.
Ao mesmo tempo, Hitler assegurava o desentendimento nacional
dos tchecos, alegando sempre que a Tchecoslováquia era uma
aberração, fruto da derrota das Potências Centrais na Primeira
Guerra Mundial.

O povo aplaudia e chorava nas ruas de Praga (Praha) enquanto
as autoridades eram presas, os judeus eram linchados e os
intelectuais censurados. Tudo em nome da 'proteção' (os alemães
passariam a usar essa alegação de 'proteção' em toda invasão,
o que soa irônico tal uma 'novilíngua' (newspeak) orwelliana!)
diante da degeneração judaica-bolchevista.

Para aliviar o peso da ocupação, um presidente tcheco foi
empossado, Emil Hácha, com o apoio do general tcheco Alois Eliá,
que serviu como Primeiro-Ministro, numa dupla ambígua, que
tentava resistir nem que fosse envenenando colaboracionistas
(os jornalistas envenenados com sanduíches foi uma peça
trágica-cômica!)

Mais sobre a dupla tcheca em (english)
http://en.wikipedia.org/wiki/Emil_H%C3%A1cha
e http://en.wikipedia.org/wiki/Alois_Eli%C3%A1%C5%A1

Mas não considerando von Neurath firme (ou autoritário) o
suficiente, o ditador alemão logo deixaria o pobre povo tcheco
nas mãos do facínora Reinhard Heydrich (logo justiçado pelos
resistentes tchecos)

A história da opressão da Europa oriental apenas começou...


Mais links::::::
http://stampslandia.webng.com/gallery1/cs/B-M1.htm


http://dic.academic.ru/dic.nsf/enwiki/240117
(versão russa)


por LdeM

http://leonardomagalhaens.zip.net/

terça-feira, 10 de março de 2009

Planos Imperialistas dos militaristas japonenes




Planos Imperialistas dos militaristas japoneses

Tanto a Itália quanto o Japão lutaram junto com os Aliados,
na Primeira Guerra Mundial,contra o Império Alemão e o
Império Austro-Húngaro. Contudo, tanto Itália quanto Japão
ficaram insatisfeitos com as conquistas (limitadas pelas
Potências ocidentais, Grã-Bretanha, França, EUA). A Itália
(com meio milhão de mortos) conseguiu apenas o controle
do Trentino e de Trieste – e afundou em crise econômica.

O Japão queria controle sobre a Manchúria, maior intervenção
na China, além de consolidar suas fronteiras com o Império
Russo (então URSS) Além disso, os japoneses queriam o
Pacífico e o Sudeste asiático. Os norte-americanos não
concordaram.os japoneses não entenderam: os EUA não
proclamavam a doutrina Monroe, “América para os americanos”?
O Japão queria uma doutrina “nipônica”, do sol nascente, onde
Ásia para os asiáticos” significava hegemonia dos japoneses
na região. (E que a Europa ficasse sob domínio alemão)

Neste caso, o Japão não poderia abrir uma frente de guerra
contra a URSS (como desejava o Führer), e precisaria desafiar
os franceses,os ingleses e holandeses, por causa da Indochina,
Birmânia e Singapura, e Ilhas Orientais Holandesas (agora
Indonésia), respectivamente.

Ao Japão interessava o declínio do Império Britânico, enquanto
Hitler preferia os japoneses em ataque a 'retaguarda' dos russos.
Aproveitando a derrota de franceses e holandeses em maio/junho
de 1940, os japoneses logo arquitetaram seus planos de conquista
para a Oceânia, Indochina e Oceano índico. O que significava
comprar briga pesada com os anglo-americanos.

Ou seja, o Japão aproveitou a 'guerra civil européia' para ampliar
seu império no sudeste asiático, igual fizera na Primeira Guerra
Mundial, quando acabou conseguindo algumas colônias germânicas
na área do Pacífico. A entrada os EUA na PGM em 1917 e na
SGM em 1941 representou o desequilíbrio da balança – ambas
as vezes chegando com a guerra já em andamento, com os
agressores já cansados.

Para conquistar a China, numa guerra longa, os japoneses
precisavam das matérias-primas e recursos do sudeste asiático –
o que resulta numa campanha imperialista que contraria interesses
econômicos e geopolíticos de britânicos e americanos.

(Um parênteses: assim, também, a Alemanha (III Reich), depois
de 1941, precisou explorar os recursos da Europa – inclusive
trabalho forçado e tropas 'voluntárias' – para manter a guerra longa
contra os russos e caucasianos. Ou seja, as ambições de japoneses
e alemães eram desmedidas: a China é 26 vezes maior que o Japão,
e tinha 6 vezes mais habitantes; e a União Soviética é 55 vezes
maior que a Grande Alemanha, tendo 2,5 vezes mais população.)


Com sua ideologia nacionalista e militarista, seu culto xenofóbico
a la nazista, apoiado pela promoção da 'identidade nacional'
(KOKUTAI), o Japão, uma ilha, quis fazer, no século 20, o que a
Grã-Bretanha, também uma ilha, feez no século 19 – um Império
além-mar, para explorar matérias-primas e vender seus produtos
manufaturados.

O que é KOKUTAI em http://en.wikipedia.org/wiki/Kokutai

Enquanto a Alemanha queria o que Napoleão queria: unificar a
Europa. Um imenso Império Europeu fora da influência britânica,
e unificada por uma ideologia e um sistema econômico. E o que
queria a Rússia de Stálin? Queria a mesma coisa no Leste – além
de um acesso ao Báltico e ao Mediterrâneo (vejam as guerras
com os turcos). Na verdade, a Rússia da URSS seguia o ideal
expansionista dos Czares, chegando até a Polônia e desbravando
a Sibéria.

Além disso, Hitler sabia que entrar em guerra com a Grã-Bretanha
era lutar também contra o Canadá, a Austrália, a Nova Zelândia,
o Egito, a Índia, a África do Sul, etc, e os EUA, e ao atacar a URSS,
a Alemanha se viu combatendo o Império Russo, pois em dezembro
de 1941, as tropas caucasianas e siberianas fizeram a virada
contra-ofensiva.


Por Leonardo de Magalhaens

quinta-feira, 5 de março de 2009

Guerra no Pacífico - USA x Japan








A Guerra no Pacífico – EUA x Japão

Paralelamente ao cenário europeu, e mediterrâneo, está o Oceano Pacífico,
onde duas potências têm interesses conflitantes. A ascensão dos EUA e a
ambição do Japão. Ambos de olhos ávidos sobre a grandeza da China e as
ilhotas cheias de matérias-primas.

A América vencendo as guerras com a Espanha e o México, logo se percebe
em ascensão sobre a América Latina e o sul do Pacífico. A ideia de domínio
dos EUA vem desde a “Doutrina Monroe” (tutela norte-americana sobre as
demais Américas) e sobre o Pacífico, desde que o almirante Alfred T Mahan
(1840-1914), que em 1886 (sendo presidente do Naval War College) divulga
suas propostas de “desenvolvimento da marinha de guerra e do estabelecimento
de zona de hegemonia nos oceanos Atlântico e Pacífico
”, assim observando
a marinha britânica e bloqueando a expansão japonesa.


Uma olhada nas datas seguintes permite uma impressão sobre a expansão
dos ianques. 1867, a compra do Alasca; 1868, a anexação do Havaí, Guam,
Filipinas, Porto Rico; 1899, domínio sobre Samoa; 1901, protetorado sobre
Cuba; 1903, Panamá separado da Colômbia (e a zona do Canal cedida
perpetuamente aos EUA); 1905, protetorado sobre São Domingos; 1912,
ocupação da Nicarágua (até 1933); 1914, ocupação do Haiti (até 1934)

Assim, os EUA não eram tão isolados e 'isolacionistas' assim. Ambicionavam
uma 'esfera de influência' (qualquer compêndio de Geopolítica explica o que
seja isso) na América Latina e no Pacífico, praticamente no 'quintal' dos
japoneses. O Japão que até entendia o domínio dos EUA sobre as Américas,
mas não aceitava os EUA ali na Ásia e Pacífico, pois os militares japoneses
tinham uma nova estratégia para a região – rica em matéria-prima – como
uma espécie de mercado aberto asiático controlado pelo Japão, com o pomposo
nome de “esfera de co-prosperidade da Grande Ásia Oriental”

mais em http://pt.wikipedia.org/wiki/Esfera_de_Co-prosperidade_da_Grande_Ásia_Oriental


Também os japoneses admiravam e temiam o Império Britânico na Ásia (assim
como Hitler e Stálin admiravam os britânicos e seu Império), pois os ocidentais


brilhavam mesmo na decadência.


Continua...



LdeM