sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Preparativos para a Invasão da Polônia (26.08.1939)




Enquanto prepara a invasão da Polônia,
Hitler confunde os britânicos


Em 26 de agosto de 1939, Adolf Hitler fica sabendo do
despreparo italiano para uma guerra de grandes proporções,
e que a Grã-Bretanha continua firme em sua proposta de
ajuda militar à Polônia. Resultado: o ataque no Corredor
Polonês e fronteira tcheca é logo cancelado. O “Plano Branco
(“Fall Weiss”) é adiado para 1o de setembro.


Hitler resolve 'negociar' com os britânicos, na verdade
gerando confusão e hesitação, para obscurecer os movimentos
da ofensiva, no sentido de pressionar a Polônia a enviar um
diplomata.

Em 29 de agosto, o ditador (Hitler) comunicpu a Chamberlain
que estava disposto a entabular negociações com a Polônia
sobre Dantzig, caso o Governo polonês enviasse um representante
a Berlin. No prazo de 24 horas. Hitler sabia perfeitamente que
os poloneses não aceitariam as suas exigências; ao rechaçar as
propostas alemãs, apareceriam como os responsáveis pelo
fracasso das negociações. Dessa maneira, a Grã-Bretanha e a
França contariam com uma saída honrosa para retirar o apoio
à Polônia. Chamberlain, no entanto, já farto de concessões, não
se dispôs a um novo Munique
.” (fonte: A Segunda Guerra Mundial,
Editorial Codex, 1965/1966)

Contudo, o embaixador britânico em Berlin, Sir Neville Henderson,
em 30 de agosto, comunica que a Grã-Bretanha não pretende
pressionar a Polônia.

Os dados estão lançados. Em 31 de agosto, o General Halder,
da Wehrmacht, é comunicado de que a hora do ataque à Polônia
é 4h45 de 1o de setembro, é a Diretiva No 1. À oeste, a ordem
era esperar a ofensiva das forças anglo-francesas.

Era um jogo de 'tudo ou nada', como bem sabiam os generais
alemães. O General Ludwig Beck deixara um aviso, em
memorando reservado (“A Alemanha numa guerra futura”), escrito
logo após ser afastado por Hitler, em 1938. “A Guerra desencadeada
pela Alemanha envolverá imediatamente outros países, além dos
que foram atacados; numa guerra contra uma coalização mundial
a Alemanha sucumbirá e ficará à mercê daquela coalização para
o bem ou para o mal
.” (fonte: Lewin, Ronald. “Churchill, O Lord da
Guerra
”, p. 139)

Ou seja, o General Beck desejava manter a Wehrmacht na condição
defensiva (como o próprio nome diz: “Força de Defesa”), caso
houvesse um ataque 'comunista', ou dos 'imperialistas ocidentais',
mas nunca atirar as forças armadas contra os países, gerando outra
guerra de proporções daquela de 1914 a 1918, traumática para os
alemães do era imperial.

Mas, para Hitler, toda a força da Wehrmacht residia justamente
nas ofensivas. O uso coordenado de formações móveis blindadas,
artilharia e força aérea. Era o princípio novo do 'novo Príncipe', o
próprio Führer. (Segundo Machiavelli, um 'príncipe novo' se destaca
em época de conflito e de calamidade – justamente o caso da
Alemanha pós-Primeira Guerra Mundial. Ver Il Principe, XXVI
)

Caso o sistema de alianças não apresentasse sucesso, haveria o
novo conjunto de armamentos e táticas, a “guerra de movimento
('Bewergungkrieg'), com aviões em bombardeio na retaguarda e com
lançamento de paraquedistas, para ocupar território e conservar/ou/
dinamitar pontes, infraestruturas, depois seguiam as forças blindadas,
a artilharia e a infantaria motorizada, e por fim, a infantaria comum.
Não mais aquela guerra estática, de posição, de trincheira a trincheira.

A 'guerra de movimento' seria a glória do Exército alemão, até que
as linhas de suprimentos se estenderam demais, e se deixaram
expostos aos ataques de flanco, cercados por formações de exércitos
inimigos e atacados por guerrilheiros dispersos. Quanto à defesa, o
máximo que fizeram foi a chamada 'defesa em ouriço', dispondo
camadas concêntricas alternadas de infantaria e artilharia, o que se
mostrou inútil diante da 'guerra de movimento' dos outros
(principalmente quando ocorria ataque aéreo!)

por
Leonardo de Magalhaens

domingo, 23 de agosto de 2009

O Pacto de Não-Agressão Soviético-Germânico ou Ribbentrop-Molotov



Pacto Ribbentrop-Molotov ou
Não-Agressão Soviético-Germânico
Deutsch-sowjetische Nichtangriffspakt

ou: O acordo entre Totalitarismos
ou: A nova Partilha da Polônia


Pode-se dizer que a assinatura do Pacto Germânico-Soviético
foi a 'permissão' russa para a invasão nazista da Polônia. O
pacto assinado por Ribbentrop e Molotov, com a plena
concordância de Hitler e Stálin, possibilitou a avalanche da
Blitzkrieg rumo ao leste.

Caso a URSS não tivesse aprovado o Pacto, dificilmente as
forças nazistas teriam ousado tanto – seria começar de imediato
uma guerra em duas frentes, sendo golpeadas à oeste pelos
britânicos e franceses, e também à leste, pelos poloneses e russos.

Todos sabemos que o Chanceler e Führer Adolf Hitler desejava
evitar uma guerra em duas frentes, ainda que duvidasse do pacto
franco-anglo-polonês, onde as potências ocidentais prometiam
garantir a integridade territorial da Polônia contra uma agressão do
III Reich (e não de um ataque da URSS).

A política externa com relação aos Ocidentais era de conveniência,
de hegemonia, para aceitarem um Reich alemão com supremacia
na Europa. O verdadeiro objetivo militar, numa guerra imperialista,
territorial e racial, sempre foi as estepes ucranianas e russas.
Além de um ódio fanático contra os 'bolcheviques' (mortos há
algum tempo pelo próprio Stálin!) Os planos de Hitler era invadir
a Polônia, ter uma 'fronteira comum' com a odiada URSS, o objetivo
real do 'avanço para o Leste' (Drang nach Osten) http://de.wikipedia.org/wiki/Drang_nach_Osten
http://en.wikipedia.org/wiki/Drang_nach_Osten

Disse Hitler, em 1939, antes de Ribbentrop assinalar a papelada
em Moscow, “Tudo o que empreendo é dirigido contra a Rússia; se
o Ocidente é burro e cego demais para entender isso, serei obrigado
a me entender com a Rússia, vencer o ocidente e depois reunir
minhas forças e me voltar contra a União Soviética
” (in: Fest, J,
Hitler”, p. 696)

Afinal, desde julho de 1939, os alemães, principalmente os líderes
econômicos, travavam conversações com os russos, sobre a
necessidade de matérias-primas, esfras de interesse, enquanto os
líderes políticos (principalmente do 'corredor polonês') desejavam
de imediato uma nova divisão da Polônia. Seria então a 'quarta
partição da polônia
' (ver info em http://pt.wikipedia.org/wiki/Partições_da_Polônia)
quando alemães cuidariam em invadir pelo ocidente e os russos
pelo oriente. Obviamente que hitler não desejava qualquer acordo
com os 'bolcheviques', mas os russos tinham interesses no Leste
europeu, e os alemães podiam dar o que os Ocidentais (entenda-se
Grã-Bretanha e França) não permitiriam.

Com a 'boa vontade' russa (e não 'soviética' ou 'socialista' , mas
nacionalista burocrática) as conversações entre alemães (via o
embaixador em Moscow, von der Schulenberg) e burocratas russos
tiveram continuidade em agosto de 1939, com o ápice representado
pela visita em persona do próprio Ribbentrop a Moscow em 23 de
agosto (enquanto isso os representantes britâncios viajam de navio,
demorando o dobro de tempo! e o Duce Mussolini não quer uma
guerra imediata, o que faz Hitler adiar o ataque a Polônia, de
26 de agosto para 1o de setembro) Apesar de todas as divergências
entre os nazistas e os estatistas nacionalistas russos, sobram o
antagonismo comum contra os 'capitalistas liberais ocidentais', o
que possibilita um Pacto de Não-Agressão.

Apesar de todas as divergências de suas respectivas concepções
políticas, o que havia de comum entre as ideologias da Alemanha
e da Itália e da URSS, ou seja, uma antipatia marcada pelas
democracias capitalistas ocidentais
.” (fonte: J Schnurre, in: Fest, J,
Hitler”, p. 700)

Além do que Stálin temia uma aliança Ocidente + Alemanha para
invadir a URSS, e o maior medo de Stálin era se envolver numa
guerra. Tanto que sempre cumpriu todos os acordos com os nazistas,
enviando matérias-primas e cereais, até no dia da Operação
Barbarossa
, em 22 de junho de 1941, quando Stálin não podia
acreditar numa tamanha traição de Hitler. (Seria Stálin um ingênuo?
Alguns acham que ele previu tudo, o que seria mais um pacto suicida.
Não acreditar no Sorge, achar que tudo era provocação do
Mr. Churchill)

A Grã-Bretanha e a França, enquanto isso, se esforçavam para
arrancar um acordo com os poloneses, no sentido de permitirem
um avanço das tropas russas, o Exército Vermelho, em território
polaco, para combater os alemães. Obviamente, os poloneses
não confiavam nos russos (lembrar que as tropas de Pilsudiski
e Rydz-Smigly derrotam os russos às portas de Varsóvia em 1920)
(mais em http://en.wikipedia.org/wiki/Polish–Soviet_War )

Talvez os dignitários poloneses já soubessem de um tal Protocolo
Secreto
, no pacto entre alemães e russos, para uma posterior
partilha da Polônia. Mesmo que nunca desconfiassem de uma
derrota tão rápida como a que sofreram em setembro de 1939,
golpeados à oeste pela Blitzkrieg, e depois , à leste, pelo
Exército Vermelho.


Por Leonardo de Magalhaens
http://leonardomagalhaens.zip.net/



Mais info em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pacto_Molotov-Ribbentrop

http://en.wikipedia.org/wiki/Molotov–Ribbentrop_Pact


quarta-feira, 19 de agosto de 2009

HITLER deseja a expansão para o Leste




Hitler deseja a expansão para o Leste

Em abril de 1939, Hitler já apresentava os esboços do
chamado Plano Branco (“Fall Weiss”), a invasão da Polônia,
que deveria ocorrer antes do inverno do mesmo ano, ou seja,
em agosto ou setembro, com o avanço de exército e força aérea,
no bombardeio de 'alvos militares e infraestrutura', combinados
em um ataque fulminante, daí o termo Blitzkrieg (“guerra-relâmpago”),
que nada mais era que a 'guerra de movimento” (“Bewegungskrieg”),
já utilizada pelos poloneses em 1920, contra os russos-soviéticos.

Mas a hegemonia germânica na Europa não tinha a mínima
concordância britânica, como já deixara explícito o Primeiro-Ministro
Chamberlain, “A Grã-Bretanha não caiu tão baixo a ponto de aceitar,
de braços cruzados, a hegemonia da Alemanha sobre a Europa
”,
e deseja deixar claro propondo 'garantias' a inviolabilidade do território
polonês. O que ressoa aos sentimentos nacionalistas exaltados dos
germânicos como uma 'bravata', um desafio ao duelo.

A 30 de março de 1939, o embaixador britânico em Varsóvia,
Sir Howard Kennan, comunica ao ministro do Exterior polonês,
Coronal Józef Beck, que o seu Governo está disposto a garantir,
unilateralmente, a independência da Polônia. Perplexo, Beck aceita
sem vacilações a extraordinária oferta. No dia seguinte, Chamberlain
comunica à Câmara dos Comuns que a Grã-Bretanha comprometeu-se
a dar à Polônia plena ajuda militar no caso de ser agredida
.”
(fonte: A Segunda Guerra Mundial, Editorial Codex, S.A., 1965/1966)

O acordo foi assinado em 06 de abril, e considerou-se apenas uma
agressão alemão contra a Polônia, e não previa uma ação contra
um ataque russo-soviético. (Mesmo que a Grã-Bretanha ousasse
tanto não poderia! Em 17 de setembro, quando o Exército Vermelho
deu o 'golpe pelas costas', invadindo à leste, os britânicos não
declararam guerra a URSS!)

continua...

por Leonardo de Magalhaens
http://leonardomagalhaens.zip.net/