sábado, 13 de junho de 2009

Antecedentes do Pacto nazi-soviético




Os Antecedentes do Pacto nazi-soviético

A Grã-Bretanha começou a levar o Führer a sério após a
Noite dos Longos Punhais”, em junho de 1934, quando
os nazistas se aliaram a Wehrmacht. Churchill, o conser-
vador imperialista, passa a tolerar mais os 'socialistas',
os trabalhistas, do que os 'nazistas', contudo não ocorre
uma aliança anglo-soviética.

O diplomata russo-soviético Ivan Maiski, servindo em
London entre 1932 e 1943, culpa os ocidentais por terem
negligenciado um acordo com a URSS, obrigando assim
o Sr. Molotov a assinar um tratado com o nazista Ribbentrop.
O que deixou o Reich livre para invadir a Polônia, e depois
a Ukrânia.

O Primeiro-Ministro Neville Chamberlain era a favor de um
apaziguamento” com o Reich. Lord Halifax, na mesma linha,
não teria insistido na guerra. Outros políticos esperavam que
o Reich e a URSS se aniquilassem mutuamente.

Mesmo se considerando que a invasão alemã da URSS
seria um crime a priori, visto o “tratado de não-agressão”,
assinado em agosto de 1939, a 'polícia do mundo' da época,
a Grã-Bretanha somente apoiaram os soviéticos porque o
Exército Vermelho seria o único exército continental capaz
de enfrentar as tropas alemãs.



A Grã-Bretanha não confiava num acordo. O Reich invadiria
a URSS mais cedo ou mais tarde. Hitler tentou aniquilar a
URSS para assim deixar claro que o III Reich era a potência
europeia e a Grã-Bretanha não poderia deixar de negociar.

Não havia planos de Hitler para atacar o Império colonial da
Grã-Bretanha. (Hitler até relutaria em ampliar o conflito na
África do Norte, em 1941)

Se Churchill achava 'desnaturado' o Pacto Molotov-Ribbentrop
(“a sinistra notícia abateu-se sobre o mundo tal uma explosão”,
escreveu em “Memórias da Segunda Guerra Mundial”), o que
pensava Hitler da “Grande Aliança” entre uma monarquia
liberal, uma República liberal e um Estatismo Totalitário de
Esquerda? (Até a “ofensiva das Ardenas”, em dezembro de
1944, Hitler esperava “despedaçar” esta 'estranha' Aliança.)

O 'apaziguamento' dos Ocidentais, ou seja, a França e da
Grã-Bretanha, e o isolacionismo dos EUA é que ajudou as
audácias dos fascistas? Segundo o diplomata I. Maiski a
resposta é sim. O doentio “anti-comunismo” dos ocidentais
permitiu a ascensão dos fascistas. (E Churchill já sabia que
a URSS era um nacionalismo, não um “internacionalismo
comunista
”)

Desejando conservar o Império colonial (o que afinal não
conseguiu), o Sr. Churchill não arrastou a Europa e o mundo
para uma “guerra total”? Questão que muito interessa ao
conservador norte-americano P. J. Buchanan. Alega que a
guerra era 'desnecessária' (textualmente, “unnecessary war”)
e no final a Grã-Bretanha acabou por perder o global
Império Britânico.

Afinal, Hitler contava com a ajuda europeia para destruir o
bolchevismo” (o que teria conseguido se não tivesse
dispersado as tropas alemãs para ajudar os italianos
ineficientes a enfrentarem os britânicos – e coloniais –
obstinados)

Churchill alega que a Grã-Bretanha jamais permitiria uma
'potência' continental na Europa.


A Diplomacia europeia anti-soviética, segundo Maiski

Depois da ascensão dos nazistas, os britânicos, ainda mais
depois de 1934, passam a estender os olhares sobre o
continente europeu e as possíveis alianças entre os governos.
A subida dos ditadores italiano e alemão desequilibra a
'balança de poder' na Europa. O Ministro das Relações
Exteriores britânico Anthony Eden visita Berlim e Moscou
em março de 1935, colhendo informações. Em maio de 1935,
há o acordo França-URSS, em Paris, depois de uma viagem
de P. Laval até Moscou. E no mesmo mês um acordo entre
a Tchecoslováquia e a URSS, depois que o Presidente Benes
visitou Moscou.

Os líderes trabalhistas, representados por Aneurin Bevan,
são cuidadosamente observados por Churchill, e por outro
anti-soviético, o Lord Beaverbrook (dono do Daily Express).
Porém, tanto Churchill quanto Beaverbrook são favoráveis
a um acordo com a URSS contra um inimigo comum: o
III Reich. Mas Churchill não está no poder. O Primeiro-Ministro
Neville Chamberlain segue sua política do 'apaziguamento',
para evitar mais uma guerra na Europa.

Aqui Maiski acusa os 'apaziguadores', os 'chamberlianianos'
(isto é, Lord Halifax, Samuel Hoare, Simon, Vansittart, etc) por
um 'esfriamento' nas relações GBR-URSS, mesmo que
desejando que a URSS e o Reich se enfrentem e se aniquilem.
Só não desejavam intervir de forma a fazer explodir o conflito.
Mas essa apatia foi favorável a Ribbentrop quando articulou
um tratado com Molotov, para uma 'nova partilha' da Polônia.

A nova partilha da Polônia, em setembro de 1939, é o início
da Segunda Guerra Mundial na Europa.

Por Leonardo de Magalhaens