segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Winter War / Guerra de Inverno (parte 3)






The Winter War
A Guerra de Inverno

parte 3

Em março, com o armistício, os finlandeses acabaram por
ceder aqueles territórios que negaram nas negociações
de outubro e novembro de 1939, ao custo de 73 mil baixas
(mortos, feridos e desaparecidos) – enquanto as
casualidades (feridos, mortos, desaparecidos) russas
são calculadas em quase 400 mil !

A Guerra de Inverno (Winter War) mostrou aos líderes de
todo o mundo a ineficiência da ofensiva russa, e este
péssimo desempenho do Exército Vermelho (Red Army)
causou profundo desprezo em Hitler, que passou a
subestimar as forças armadas da URSS.

O ditador alemão queria 'neutralizar' os britânicos e franceses,
e em seguida iniciar a 'cruzada contra o bolchevismo' (ou a
'conquista do espaço vital') na campanha contra a Rússia.
Em 1940, Hitler, em vários momentos, sondou os militares
do Estado-Maior sobre as possibilidades e preparativos para
uma campanha do outono. Mas os generais disseram ser
um ataque impraticável.

Hitler poderia unir-se com a GBR contra a URSS, ou usar
o Pacto com a URSS numa estratégia anti-britânica. Isso até
a visita de Molotov a Berlim, em novembro de 1940, quando
o Führer percebeu que o 'casamento de conveniência' com
os soviéticos não duraria muito (enquanto Stálin fazia tudo
para que durasse – cumprindo os acordos)

Depois Hitler visita a Finlândia em 1942 , quando do aniversário
do Marechal Mannerheim, em plena Guerra da Continuação,
entre Finlândia e URSS.


mais sobre a Winter War
em http://www.winterwar.com/War%27sEnd/casualti.htm
http://www.kaiku.com/winterwar.html

e também
em http://www.historylearningsite.co.uk/winter_war_1939.htm


por

Leonardo de Magalhaens

http://leonardomagalhaens.zip.net/

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A Guerra de Inverno (parte 2)





A Guerra de Inverno
A Guerra Branca

URSS X Finland


parte 2


Batalha de Suomussalmi (11 dez 39 – 8 jan 40)

A 163a Divisão Soviética avança no lago congelado
de Kianta rumo a cidade de Suomussalmi, mas
os finlandeses conseguem cercar a Divisão, e
cortar as linhas de suprimentos. Até 30 de dezembro,
a Divisão é toda destruída.

Outras forças finlandesas surpreendem, meio ao
gelo, a recém-chegada 44a Divisão Soviética,
em Raate, e destroem várias formções soviéticas
isoladas.

Em 22 e 23 de dezembro, as unidades finlandesas,
em grupos menores, atacam (e cercam em
emboscadas) as unidades russas, que sofrem
ataques concentrados até 5 e 8 de janeiro,
quando os russos retrocedem.

Em consequência das enormes baixas, em dezembro
de 39 e janeiro de 40 ocorre a reorganização do
Exército Vermelho, para a preparação da ofensiva
de fevereiro. Somente uma concentração de tropas
russas conseguirá romper as defesas finlandesas.


Em fins de dezembro, entretanto, os exército
soviéticos foram reorganizados e novas diretivas
expedidas; em princípios de fevereiro de 1940,
nova ofensiva russa foi lançada, conseguindo,
finalmente, eliminar alguns segmentos defensivos
da “
Linha Mannerheim”. Pouco a pouco, as
defesas finlandesas começaram a ceder e, a
12 de março, o bravo mas exausto exército finlandês
não teve outra alternativa senão depor as armas.
Durante os estágios finais daquela ignóbil campanha,
Zhukov serviu como chefe do Estado-Maior do
Exército Vermelho, em substituição a Shaposhnikov,
que se afastara temporariamente
.” (fonte: Zhukov/
O P Chaney Jr; Renes, 1976. p. 27)


mais sobre a Winter War em
http://www.winterwar.com/War%27sEnd/casualti.htm
http://www.kaiku.com/winterwar.html

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A Guerra de Inverno (Winter War) - parte 1






Guerra de Inverno / Guerra Branca

Parte 1

Enfrentando condições atmosféricas hostis, com temperaturas de 40 graus negativos, as tropas soviéticas (30 Divisões) partiram para uma ofensiva contra as tropas finlandesas (9 Divisões) da fronteira, em 30 de novembro de 1939. O 7o e 13o Exércitos de Infantaria não passam da Linha Mannerheim, ao sul, no Istmo de Carélia. Enquanto os 8o e 14o Exércitos de Infantaria atacam ao norte, acima do Círculo Polar Ártico.

Os russos enfrentaram as tropas finlandesas, em posições defensivas, ou se deslocando – em pequenos grupos – com esquis, usando táticas de guerrilha, e cercando as imensas tropas do Exército Vermelho. A dispersão dos russos, as condições de combate, a falta de suprimentos, foram as principais causas de baixas (incluindo as terríveis 'queimaduras de gelo' (frostbite)


a 30 de novembro de 1939, um ataque total russo pelo istmo de Carélia, o corredor
terrestre que liga o sul da finlândia à região de Leningrado. Embora desfechado com o apoio
de considerável volume de tropa, ele foi repelido, assim como os ataques ao longo da fronteira terrestre russo-finlandesa, acima e abaixo do Círculo Ártico. Somente no começo de fevereiro
de 1940, depois da concentração de reforços da ordem de quase um milhão de soldados, e de prolongado bombardeio das posições defendidas pelos finlandeses na “
linha Mannerheim”, é
que o Exército Vermelho finalmente conseguiu penetrar, obrigando os finlandeses a pedir paz um mês depois
.”
(fonte: Barbarossa, John Keegan; Renes, 1974. p. 23)

A “linha Mannerheim” é uma faixa de fortificações defensivas, com bunkers de concreto e posições de artilharia, construída em 1920-24, e 1932-39, por ordens do Marechal Barão Carl Emil Mannerheim ( o mesmo que derrotou os Guardas Vermelhos na Guerra Civil Finlandesa, contando com apoio germânico). A linha defensiva ainda não estava completada em novembro de 1939, quando do ataque do Exército Vermelho.

Principais ataques russos se concentraram (no sul) rumo as cidades de Salmi, Pitkaranta, Tahmajarvi, Iomantsi, Khumo; e (no norte) rumo as cidades de Salla, Markajarvi, Kuolojarvi,
Petsamo, Salmijarvi, Nautsi. O avanço para Suomussalmi resultou numa importante batalha em dezembro. (Veremos mais sobre a Batalha de Suomussalmi) (interessante detalhe geográfico: o topônimo 'jarvi'/'järvi' indica 'lago', naquela é considerada a terra dos mil lagos, the land of the thousand lakes, Tuhansien järvien maa...)

Finlandeses usam equipamento alemão (assim como a Guarda Branca recebeu apoio germânico quando das batalhas da Guerra Civil, contra os Guardas Vermelhos, com apoio soviético)

Grã-Bretanha e França queriam intervir em apoio aos finlandeses, no momento em que a resistência da Finlândia 'comoveu todo o mundo livre', como diziam os líderes (ditos) democratas. (É de se pensar se a Finlândia era mesmo 'democrata') Então seria assim: finlandeses com apoio alemão, anglo-francês contra a URSS (que tinha um pacto com o III Reich!)

Durante as primeiras semanas de luta, os finlandeses infligiram baixas consideráveis aos soviéticos e a campanha ofensiva desfechada pelo General K. A . Meretskov fracasou de todo.” e “A colaboração entre os blindados, a artilharia e a infantaria – tão decisiva na vitória obtida em Khalkhin-Gol – inexistiu.” (fonte: Zhukov/ Otto Preston Chaney Jr; Renes, 1976. p. 27)

Quando o Marechal Tomoshenko assume as tropas em janeiro de 1940, as desvantagem finlandesa é de 50:1 (ou seja, 50 russos para cada 1 finlandês) e ainda assim os russos sofreram grande resistência.


Mais sobre a Winter War em

domingo, 22 de novembro de 2009

Os Expurgos no Exército Vermelho





Expurgos no Exército Vermelho


Durante a Guerra Civil Russa, de 1918 a 1921, com a
necessidade de combater as forças czaristas (os “Guardas
Brancos
”), o Partido Comunista organizou, com os esforços
de L. Trotsky, a “Guarda Vermelha”, ou melhor, o Exército
Vermelho dos Operários e Camponeses
(Raboche-
Krest'yanskaya Krasnaya Armiya
)

Cada 'oficial' (termo abolido, por não ser igualitário) tinha ao
seu lado um Comissário político para decidir a partir de
orientações do Partido. Era o modo de garantir a fidelidade
das Forças Armadas aos propósitos da Revolução.

Ao longo dos anos 20 seguiu-se a expulsão dos ex-oficiais
czaristas. Ao mesmo tempo, o Partido permitiu uma maior
cooperação entre o Exército Vermelho e o 'novo' Exército
alemão, o Reichswehr, da República de Weimar. Um exército
que se dizia não-politizado, sendo restritamente profissional.

E, na época, o Exército Vermelho era um dos mais modernos
do mundo (com uso de blindados, aviação contando com
tropas de paraquedistas, etc). No mais, as distâncias na
Rússia permitiam aos alemães driblar as cláusulas anti-
armamentistas do Tratado de Versalhes.

Imagens/hinos do Red Army / Krasnaya Armya:
http://www.youtube.com/watch?v=JO5-hM6xKt4
http://www.youtube.com/watch?v=NWIZ1XA8f2s&feature=fvw
http://www.youtube.com/watch?v=UW8o1AFgX9Y&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=tntA_4IoxbE&feature=related


A infantaria do Exército Vermelho havia sido formada a partir
da Milícia de Cidadãos, e também com regimentos de
camponeses (a se considerar que muitos eram hostis ao
Partido, devido a campanha de coletivização forçada)

Mais sobre o Exército Vermelho (na wikipedia)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ex%C3%A9rcito_Vermelho
fontes em español: http://www.laguia2000.com/rusia/el-ejercito-rojo
http://www.elmilitante.org/aniversario/trot_5.htm


Assim, após os expurgos no Partido (em 1933) e na NKVD
(em 1935), foi a vez do Exército (1937/38), com alegações
de traição trotskista e cooperação com os nazistas. Muitos dos
oficiais do Exército Vermelho nada deviam a Stálin (e seu Partido),
e assim poderiam não ser suficientemente 'leais' ao Ditador.

Um resumo (na Wikipedia)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Grande_Expurgo


A causa? Foi um suposto 'dossiê' da GESTAPO a revelar a
cooperação entre Tukhachevski e o Estado-Maior alemão. Além,
da ameaça de 'trotskismo' que os 'stalinistas', da nova Elite,
a Nomenklatura, não perdoaria.

Tukhachevsky foi um dos primeiros a serem presos e mortos.
Ele e mais sete generais foram julgados e fuzilados nos dias
11 e 12 de junho de 1937.” E “por volta do outono de 1938,
como resultado de execuções sumárias e de aparatosos
julgamentos falsos, o Exército Vermelho perdera quase metade
dos seus oficiais: 3 dos 5 marechais; 13 dos 15 comandantes
de Exército; 57 dos 85 comandantes de Corpo; 110 dos 195
comandantes de Divisão e 220 dos 406 comandantes de Brigada
.”
(fonte: KEEGAN, John. Barbarossa. 1970. Renes: RJ, 1974)

Dos novos comandantes, todos desfrutavam da proteção de
Stálin: Buddeny, Timoshenko, Kulik (o sucessor de Tukhachevsky)
e Zhukov (herói do conflito contra os japoneses na Sibéria). A
mudança na liderança mudou a estratégia geral do Exército
Vermelho.

Enquanto Tukhachevsky defendia a formação concentrada de
blindados, o sucessor Kulik preferia a distribuição de blindados
em pequenas unidades, junto a infantaria. Quais as consequências?
Mudanças de estratégia, de liderança, de coordenação. Falta de
novos oficiais com experiência. Tudo isso foi explicitamente sentido
na ofensiva de novembro de 1939 contra as forças de defesa
finlandesas no Carelian Isthmus (Istmo de Carélia)

O expurgo realizado por Stálin praticamente decapitou o Exército
Vermelho e os efeitos disso só se fizeram sentir nos anos críticos
que se seguiram, como o testemunham os desastres havidos na
Finlândia e a derrocada inicial diante do ataque alemão, em junho
de 1941.”

(fonte: CHANEY Jr., Otto Preston. Zhukov. 1974.
Renes: RJ, 1976)

Como os líderes ocidentais enxergavam o Exército Vermelho após
o Expurgo? Da mesma fonte (CHANEY, 1974), “
O expurgo
sangrento levado a efeito por Stálin teve ainda outras consequências,
pois levantou sérias dúvidas, entre os aliados e amigos da União
Soviética, a respeito da capacidade combativa do Exército Vermelho.
Em 1939, generais franceses e ingleses, presentes às manobras
realizadas na URSS, manifestaram-se favoravelmente
impressionados com o que haviam visto. O expurgo serviu para
desfazer aquela impressão, e Winston Churchill, tempos depois,
escreveria dizendo que a depuração levada a cabo apresentou
um quadro da URSS deformado pelo ódio e pela vingança
.”

Assim, em fins de 1939, o Exército Vermelho foi jogado num conflito
(em pleno inverno!) contra os defensores finlandeses (que haviam
derrotado as 'forças vermelhas' em 1918) que, apesar do pequeno
número, agiram mais eficientes contra as tropas russas volumosas
(que sofreram baixas proporcionalmente altas!) (Um dado
populacional: Finlândia: 3,5 milhões de habitantes; URSS:
100 milhões de habitantes!)


A Guerra de Inverno (Winter War) ou Guerra Branca


As tropas soviéticas (Exército Vermelho) avançam em 30 de
novembro de 1939 rumo ao Istmo de Carélia, ao noroeste de
Leningrado, para assegurar a presença soviética no Báltico,
através de bases militares (as mesmas que os finlandeses
recusaram a ceder)

Mas as numerosas tropas russas sofrem a resistência finlandesa
(menos numerosos, agindo em pequenos grupos, cercando
os russos e destruindo as linhas de suprimentos). Assim a primeira
ofensiva (comandada pelo General K. A . Meretskov) fracassou
e mostrou a deficiência de liderança do Exército Vermelho.
Notável a falta de cooperação entre blindados, infantaria e artilharia.
A ofensiva estaciona na linha defensiva finlandesa, a “Linha
Mannerheim


Veremos detidamente no próximo artigo.


Leonardo de Magalhaens
http://leonardomagalhaens.zip.net/

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Guerra Civil Finlandesa (parte 2)





Guerra Civil Finlandesa

Parte 2

Depois do colapso do Império Russo, na Primeira Guerra
Mundial
, e a eclosão da Revolução Russa, depois
Bolchevique, em 1917, os finlandeses conseguiram manter
uma autonomia em relação aos russos. Tanto os conservadores
quanto os social-democratas desejavam uma emancipação
e lutavam por isto. O modelo de governo que seria instaurado
depois, este era o motivo da discórdia.

Em dezembro de 1917, o governo soviético emite um decreto
para garantir a emancipação da Finlândia, em nome do direito
de auto-determinação dos povos. Antes, o próprio Senado
já elabora uma Declaração de Independência, que não
contou com o apoio dos social-democratas (afinal, seriam
mantidos os privilégios dos senhores feudais, latinfundiários,
e burgueses...)


Numa sociedade cindida por estamentos, desigualdade de
riquezas, concentração de terras, dividida entre nacionalistas,
em pró-suecos, pró-germânicos, pró-soviéticos, uma guerra
civil mais do que eclosão dos conflitos, é um trauma que
atravessa gerações, vitimadas por uma guerra entre irmãos,
sangrando a nação.

Em nome de uma autonomia finlandesa, os senadores
(representantes dos conservadores) nada mais do que
deixaram a nação sob influência alemã (o Império do Kaiser
ainda não havia se rendido), enquanto os Vermelhos
(de socialdemocratas a comunistas) aceitavam o apoio
russo soviético – não muito aceito num país que sofrera
tanto com a 'russificação' imposta pelos czares.

Como garantir a independência da Finlândia sem
deixar o país na órbita Alemanha ou da Rússia? Como
criar um Parlamento democrático que represente as
várias forças políticas da nação? Como articular um
diálogo político entre conservadores e democratas,
entre latifundiários e socialistas? A impossibilidade
de agradar a todos – ou a maioria – cria a radicalização
que explode em conflito. Assim cada lado se arma – na
ausência de um exército nacional – em grupos de
Guardas Brancos e Guardas Vermelhos.

Agressões de lado a lado levam à guerra aberta em
janeiro de 1918, principalmente no sul e sudoeste,
principalmente nas cidades industriais, com maiorias
trabalhistas, socialistas e comunistas. A luta de
classes novamente movendo a História.

Os combates


Um conflito entre ricos e pobres, entre classes sociais,
entre visõespolíticas, não um conflito étnico ou religioso,
foi o que caracterizoua Guerra Civil Finlandesa. Os
nacionalistas desejavam uma distância tanto política
quanto ideológica em relação à Rússia, mas os social-
democratas, os socialistas e os comunistas aceitavam
um apoio russo, em nome do 'internacionalismo' do
proletariado. Como sempre aqueles que possuem armas,
os militares, acendem o estopim. Guardas radicalizaram
as lutas de classes, e assim os radicais de Esquerda
também fizeram.

Ambos os grupos em discórdia recorreram ao uso de
armas e o conflito eclodiu em janeiro de 1918, com os
Guardas Brancos acusando os Guardas Vermelhos de
servirem aos interesses russos (uma vez que os militares
não acreditam em qualquer 'internacionalismo'...), e os
mesmo conservadores que contavam com o apoio da
Monarquia Germânica, passaram a 'defender' uma
'república democrática' (o que mostra que 'democracia'
muitas vezes pode não passar de rótulo e propaganda...).

Já os Guardas Vermelhos tinham o apoio dos explorados,
dos assalariados, dos subempregados, dos camponeses,
dos operários, dos intelectuais não vendidos, de todos os
não-proprietários, e que desejavam uma real “república
democrática”, não apenas um slogan populista.

http://es.wikipedia.org/wiki/Guerra_Civil_Finlandesa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_civil_finlandesa


Historiografia

Até hoje a historiografia oficial tem dificuldades em nomear
a Guerra Civil Finlandesa que tanto abalou a sociedade
finlandesa, transformada em campo de batalha entre
os imperialistas alemães e suecos, entre os conservadores
latinfundiários e o proletariado, com apoio dos soviéticos.

Outros nomes são usados, de acordo com os interesses, e
as fontes de referência. Tem-se “guerra de libertação”
(vapaussota), ou “guerra de irmãos” (veljessota), e também
“rebelião vermelha” (punakapina), mostrando-se que
90 anos depois do conflito as feridas ainda continuam
abertas.

Segundo dados (nem todos averiguados) cerca 37 mil
foram vitimados – entre armados e desarmados -
com baixas entre voluntários suecos e soviéticos russos.
A Esquerda sofreu mais, ao ser desmembrada, e
massacrada numa campanha de terror, onde morreram
mais Vermelhos em execuções do que em campos de
batalha. (Fontes registram 11 mil mortos em campos
de confinamento/concentração, devido a fome e
maus tratos, além de torturas.)

por Leonardo de Magalhaens
http://leonardomagalhaens.zip.net/


A Literatura retrata a Guerra Civil Finlandesa

O primeiro livro popularmente apreciado na Finlândia sobre a guerra, Hurskas kurjuus
(Devota Miséria), foi escrito pelo vencedor do Prêmio Nobel Frans Eemil Sillanpää em 1919.
Entre 1959 e 1962, Väinö Linna, em sua trilogia Täällä Pohjantähden alla, descreveu a
Guerra Civil e a Segunda Guerra Mundial do ponto de vista das pessoas comuns.
Na poesia, Bertel Gripenberg, que havia se voluntariado para o exército branco, celebrou
sua causa em A Grande Era (em sueco: Den stora tiden), em 1928. Viljo Kajava, que
experimentou os horrores da Batalha de Tampere aos nove anos de idade, apresentou uma
visão pacifista da guerra civil em seus Poemas de Tampere 1918 dos anos 1960. Também
o romance épico de Kjell Westö Där vi en gång gått lida com a guerra civil finlandesa,
seguindo indivíduos e famílias de tanto o lado branco quanto o vermelho, antes, durante
e após o período de guerra.
Fonte: Wikipédia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_civil_finlandesa#cite_ref-62

domingo, 1 de novembro de 2009

A GUERRA CIVIL FINLANDESA (p1)





A Guerra Civil Finlandesa

Introdução


A Guerra Civil Russa (1918-21) e a Guerra Civil Espanhola
(1936-39) são mundialmente conhecidas, profundamente estudadas
e amplamente documentadas. Inspiraram obras-primas da literatura
mundial, tais como “Doutor Jivago” (1958) de Boris Pasternak,
e “Por quem os sinos dobram?” (1940) de Ernst Hemingway.

Mas a Guerra Civil Finlandesa parece ser desconhecida (ou
obscurecida) para os próprios finalndeses. Poucas fontes são
encontradas, e ainda pouquíssimas confiáveis. Muita cópia de cópia.
Bibliografia mínima. Mesmo lendo em inglês, a situação é espinhosa.
A solução foi pesquisar a Literatura sobre a Guerra Civil dos finlandeses.
O autor Väinö Linna é uma referência. Escritor que foi também
participante, esteve nos fronts gélidos, contra civis e militares,
contra finlandeses e russos.

http://es.wikipedia.org/wiki/V%C3%A4in%C3%B6_Linna
http://en.wikipedia.org/wiki/V%C3%A4in%C3%B6_Linna

Linna é autor de “The Unknown Soldier” (1954) e de
Under the North Star” (1959-62), obras que acompanham e
retratam os conflitos entre os finlandeses, e destes contra os russos
(soviéticos), em 1939/1940, e 1941-44, quando as fronteiras da
Finlândia foram deslocadas para leste ou para oeste, após
batalhas desesperadas. Tive acesso aos livros em english,
pouco sei de finlandês (suomi), apesar de ter assistido palestra
sobre o idioma nórdico, que é aparentado ao estônio, ao letônio,
ao turco, ao basco, ao húngaro.

As obras mostram uma visão mais popular, mais 'de esquerda',
que incomoda bastante a versão oficial, dos que venceram
(ou seja, os conservadores, os latifundiários), pois assim
como na Espanha, e muitos países de América Latina, a
Democratização foi feita de cima para baixo, com a derrota
das forças de Esquerda. Mesmo a Social-Democracia não
passando de 'reformismo' (tudo aquilo que as Esquerdas
odiavam nos anos 20 e 30)

continua...


Leonardo de Magalhaens

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sábado, 24 de outubro de 2009

outubro 1939 - Drôle de Guerre





Outubro 1939

Drôle de Guerre


Depois da invasão da Polônia, a rendição das forças
armadas polonesas, em Varsóvia (Warsaw)(28/09), a
retirada das forças francesas do rio Mosela (17/10), o
ditador germânico Adolf Hitler, julgando-se invencível,
iniciou a segunda etapa das 'ofertas de paz' com as
potências ocidentais.

Enquanto partes da Polônia (principalmente Pomerânia
e Silésia) eram absorvidas no Grande Reich, e os guettos
estavam 'na ordem do dia', nos preâmbulos das campanhas
de colonização e aniquilamento, que ainda deixariam
horrorizado o mundo civilizado, o ditador queria 'carta
branca' dos anglos e francos – para manter a conquista
do “Lebensraum” (espaço vital) para os germânicos.

No discurso diante do Reichstag, em 6 de outubro de 1939,
o Fuhrer alegou a irracionalidade de um "dito" Estado polonês,
mera criação do Ditado de Versailles, imposto pelas duas
potências vencedoras - Grã-Bretanha e França - , que
apenas incentivaram as 'ambições' polonesas de agredir os
alemães (que tiveram - segundo ele - muita paciência em
tolerar os 'insultos' do tal Estado, que agora as Forças Armadas
alemãs tinham domesticado).

Uma guerra com os ocidentais não era exatamente o que o
Führer desejava. Queria era invadir e colonizar as estepes
ucranianas. Havia um risco total na 'jogada', ao invadir a
Polônia (mesmo com o 'aval' da URSS), e iniciar outra guerra
mundial (a Alemanha já não havia perdido a anterior?) A
Alemanha teria tudo a perder. E o ditador sabia disso: “A
Alemanha se defenderá até o limite extremo, na pior das
hipóteses, todos os combatentes serão aniquilados
.” (Fest,
J. Hitler. p. 737) Aqui, já é possível notar o tom mórbido e
catastrófico de um Götterdämmerung (crepúsculo dos
deuses). A queda (Untergang) arrastando meio mundo.

Mas em outubro de 1939, Hitler preferia atacar antes de ser
atacado. Os generais viviam na defensiva, mas o Führer
queria um ataque – em pleno inverno! Surgiu então um impasse:
de ambos os lados. Seria a “Drôle de guerre” (guerra ridícula),
Phoney War” (a guerra falsa), ou “Sitzkrieg” (guerra sentada),
quando as hostilidades foram minimizadas, ou mesmo evitadas.
(Enquanto as relações entre a URSS e a Finlândia esfriavam a
cada dia. Assim, na guerra entre a Alemanha e o Ocidente, o
conflito mais importante daquele inverno, estranhamente, foi o
ocorrido entre os russos e os finlandeses!)

Os generais (principalmente a 'velha guarda', Beck, Brauchitsch,
Rundstedt, Halder) sabiam que a Alemanha não suportaria uma
guerra prolongada, 'de atrito', nos padrões da Primeira Guerra
Mundial.
Um conflito que o ditador desejava abreviar, poderia,
ao contrário, ser mais extenso. Envolver outros países, rivais
em potencial. (Principalmente, a URSS). Enquanto Hitler queria
a ofensiva para uma data entre 15 e 20 de novembro, em pleno
inverno!, os generais resistiam, do mesmo modo como agiram
em setembro de 1938, na possibilidade de um conflito com os
tchecos.

O impasse entre os nazistas e os generais reacionários, sobre
a ofensiva nos Países Baixos e na França é hoje cuidadosa e
exaustivamente estudado, para aliviar um pouco da imensa culpa
das Forças Armadas alemãs, em acompanharem a 'aventura' dos
fascistas. Não por 'razões humanitárias', mas por puro pragmatismo,
o expansionismo alemão estava condenado ao fracasso. E trata-se
de um profundo impasse, logístico e ideológico, pois segundo
o historiador J. Fest, o ataque ao Ocidente foi adiado 29 vezes!
(Hitler, p. 743)


Leonardo de Magalhaens

http://leonardomagalhaens.zip.net/

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Scapa Flow - Episódio 2 - 14 outubro 1939






Scapa Flow : 14 outubro 1939



Vinte anos depois do auto-afundamento da frota, em
21 de junho de 1919, por ordem do Almirante Ludwig
von Reuter, na base britânica em Scapa Flow, nas
Ilhas Orkney, novamente os germânicos voltaram a
base naval para consumar uma vingança.

Para a missão foi indicado o comandante de U-boot
Günther Prien, a bordo do U-47, concentrado em
contornar as defesas da base, e atacar dentro do périplo
interno, antes das defesas britânicas atuarem. Uma
proesa e tanto, se realizada.

Em 14 de outubro, o comandante Prien conseguiu
realizar a façanha. Adentrou as defesas britânicas e
torpedeou o HMS Royal Oak, ancorado na base de
Scapa Flow. Um dos navios mais adorados pela Marinha
Real britânica, tendo atuado na Batalha da Jutlândia
(31 maio – 1o junho 1916) onde a Grand Fleet (GBR)
enfrentou a Hochseeflotte (GER), , e manteve o domínio
britânico no Mar do Norte.

Este símbolo da vitória naval britânica foi afundado
pelos torpedos do U-47, que rapidamente fugiu,
evitando as defesas da base. O resultado foi a morte
de 830 tripulantes do HMS Royal Oak, e o assombro
britânico – arranhando sua imagem e moral. Tudo o que
os germânicos queriam. Tanto que o comandante
Günther Prien foi condecorado pelo ditador Adolf Hitler
em pessoa.

Neste momento – ou seja, desde a declaração de guerra
em 3 de setembro – o Almirantado encontrava-se sob a
liderança de Winston Churchill (que ali atuara na
Primeira Guerra Mundial, na mesma sala, no mesmo
posto), quando a frota saudou a indicação do velho
guerreiro para Primeiro-Lord do Almirantado, “Winston is
back
” (Winston está de volta). Churchill, assombrado, mas
atuante, decidiu aumentar as defesas e barreiras na base
em Scapa Flow.

As chamadas “Churchill Barriers” foram construídas pelos
prisioneiros italianos, empregados como mão-de-obra,
utilização esta que ficaria comum na ‘guerra total’, com
os prisioneiros realizando trabalhos forçados, muitas vezes
até a morte por fadiga (que assim relatam os ingleses
prisioneiros dos japoneses, e os russos capturados
pelos alemães...)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Scapa Flow - Episódio 1 - 1919






Scapa Flow - episódio 1 (1919)

Alemanha versus Grã-Bretanha

A rivalidade germano-britânica cresceu ao longo da segunda
metade do século 19, após os ingleses ‘domesticarem’ os franceses
(exaltados desde a Revolução Francesa e as guerras napoleônicas),
justamente com a ajuda dos prussianos.

Os prussianos que passariam a agir no sentido de unificar os vários
reinos germânicos em um grande império continental, a se estender
da França até a Rússia, dos Alpes até o Mar Báltico. E a esta hegemonia
prussiana (principalmente na força militar) se aliou uma burguesia
incapaz de derrubar a nobreza (pois para tal tarefa precisaria do apoio
do proletariado, aos moldes franceses, que os germânicos da elite
desprezavam), unindo assim força e economia, numa revolução
industrial tardia, que veio a incomodar o poderio imperialista britânico.

E os interesses coloniais da França e da Itália, que sabiam das
consequências de um império continental aos moldes germânicos –
ao estilo de um Sacro-Império Romano Germânico – mas fora de
época. Não para a visão imperialista do Kaiser Wilhelm (Guilherme)
que pretendia um Império além mar, semelhante aquele de sua rival,
a Grã-Bretanha.

Assim, se explica os investimentos em indústrias de base, siderúrgicas,
e de armamento pesado (canhões, principalmente), para impulsionar
a modernização alemã, substituir as importações (exceto as de
matérias-primas, das quais a Alemanha sempre foi necessitada), e
construir uma frota de alto-mar (Hochseeflotte).

Nada mais que uma potência terrestre (com um exército tão respeitado
quanto os exércitos russo e francês) desejando ser uma potência marítima
(semelhante a Grã-Bretanha dona da maior frota de navios mercantes
do mundo – até porque o Reino Unido não passa de uma ilha, e precisa
estender seu comércio mundo afora) quando fatalmente desafiaria
os rivais para um duelo.


A frota de alto-mar (Hochseeflotte) foi um sonho a tornar-se pesadelo
para os alemães – principalmente durante a Primeira Guerra Mundial
quando os navios de superfície sofreram perdas, e os submarinos passaram
a se destacar, sorrateiramente perseguindo, caçando e afundando os
navios mercantes britânicos, franceses, italianos e norte-americanos
(assim um dos motivos para os EUA entrarem no conflito mundial,
em 1917.)

A gloriosa (e custosa) Hochseeflotte sofreu uma derrota a se tornar
vergonha, diante das cláusulas do Tratado (ou Ditado) de Versalhes,
quando o Almirante Ludwig von Reuter decidiu o auto-afundamento dos
navios, quando estes foram confinados em Scapa Flow, base britânica, nas
Ilhas Orkney. Em 21 de junho de 1919, 52 dos 74 navios foram afundados
pela tripulação.

Catástrofe que a Marinha alemã jamais esqueceria.


Mais info
por Leonardo de Magalhaens





para )))) Scapa Flow - Episódio 2 (1939)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

As Reações dos Aliados à invasão alemã da Polônia 1939










Setembro 1939

As Reações dos Aliados
diante do ataque alemão à Polônia

Com os ataques alemães à fronteira polonesa, na madrugada de
1 de setembro de 1939, com o bombardeio naval da cidade de
Danzig (hoje Gdansk), os ataques aéreos às cidades e à capital
Warsaw (Varsóvia), os governos britânico e francês perceberam
que a agressão nazista era real e definitiva. Não haveria mais
negociações.

O recurso às armas não deixava mais espaços para a diplomacia.
Desde as concessões ocidentais aos expansionismos germânicos,
na Renânia, na Áustria, na Tchecoslováquia, as discussões diplomáticas
estava reduzidas às retóricas formalistas e vazias de ação – mero
discursos para inglês ver – e acordos hoje assinados para amanhã
serem quebrados.

Assim, o primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain percebia a
inutilidade de todos os esforços diplomáticos, todas as concessões
feitas ao ditador nazista – sempre ambicionando mais – e a chegada,
irremediável, da guerra em grande escala. No discurso de 1 de setembro,
na House of Commons (no Parlamento), ele desabafa:

We have no quarrel with the German people, except that they allow themselves to be governed by a Nazi Government. As long as that Government exists and pursues the methods it has so persistently followed during the last two years, there will be no peace in Europe.


“Não temos nenhuma queixa contra o povo alemão, exceto que ele permite ser governado por um governo nazista. Enquanto este governo existir e persiste nos métodos que tem usado durante os últimos dois anos, não haverá paz na Europa.”

E quando o governo britânico divulga a Declaração de guerra, em 3 de
setembro de 1939, oficialmente às 11hs,

This is a sad day for all of us, and to none is it sadder than to me. Everything that I have worked for, everything that I have hoped for, everything that I believed in during my public life, has crashed into ruins. There is only one thing left for me to do; that is, to devote what strength and powers I have to forwarding the victory of the cause for which we have to sacrifice so much. I cannot tell what part I may be allowed to play myself; I trust I may live to see the day when Hitlerism has been destroyed and a liberated Europe has been reestablished.

“Este é um dia triste para todos nós, e para ninguém é mais triste do que
para mim. Tudo aquilo pelo que tenho trabalhado, tudo pelo que tenho esperado,
tudo em que acreditei durante a minha vida pública, está em ruínas. Há apenas
uma coisa que eu posso fazer; que é devotar-me com força e poder que tenho
rumo a vitória da causa pela qual temos nos sacrificado tanto. Eu não posso
dizer que partida eu mesmo jogarei; eu confio que viverei para ver o dia quando o
Hitlerismo estiver destruído e uma Europa libertada estiver restabelecida.”


Discurso no Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=qtrOJnpmz6s

No entanto, como sabemos, o ex-primeiro ministro Chamberlain faleceu
em 9 de novembro de 1940, exatos seis meses após passar o cargo para
o obstinado e belicista Mr. Winston Churchill.

O governo francês declara guerra horas depois, às 17hs, em 3 de setembro,
e tropas francesas (em 11 divisões) avançam rumo a Sarrebruck (região do
Sarre) – apenas para perderem as áreas conquistadas para as divisões
alemãs estacionadas no ocidente (Westwall ou linha Siegfried) do 1o Exército
alemão. Já os britânicos atacam pelo ar, em bombardeios aos portos de
Wilhelmshaven e Brunsbuttel, sem causar estragos consideráveis. (Ainda
mais se comparados aos sucessos posteriores, confundindo os detectores
alemães)

O governo canadense solicita autorização ao governo britânico para a
declaração de guerra, oficialmente em 10 de setembro, juntando-se assim aos
Domínios, globalmente dispersos, dono dos mares, prontos para sufocarem os
germânicos. (Ainda falta o principal, o ex-Domínio, o independente e poderoso
Estados Unidos da América)

ver : http://pt.wikipedia.org/wiki/15%C2%AA_Divis%C3%A3o_de_Infantaria_(Alemanha)


A 15ª Divisão de Infantaria não tomou parte na Campanha da Polônia, já que durante as operações estava situada ao longo da Frente Ocidental na Região de Saar entre Saarlautern e Saarbrucken. Embora a Frente Ocidental era na maior parte do tempo quieta a Wehrmacht tomava parte em operações na Polônia, os franceses fizeram, de fato, uma operação limitada e de pouco sucesso numa ofensiva contra a fronteira alemã, que conseguiram ocupar cerca de 200 km do território alemão e 50 aldeias alemãs. Esta foi a Ofensiva Saar lançada pelos franceses que iniciou no dia 7 de Setembro de 1939.

Os franceses atacaram as linhas alemãs do
1º Exército em um arco ao sul de Saarbrucken, ocupando o Warndt, entre outras áreas. Quando os franceses lançaram o seu ataque contra as unidades alemãs, estas voltaram para a Linha Siegfried, no Norte, ao longo do rio Saar e os francês rapidamente desistiram de tomar o terreno. Porém, logo após a ofensiva ser lançado os franceses começaram a perceber a futilidade da exploração em território alemão.

Devido a um pobre planejamento e uma falta de espírito ofensivo dos franceses foi impedida uma maior ofensiva. E em poucas semanas as unidades alemãs retomaram grande parte do terreno que haviam perdido inicialmente. Durante estas operações a 15ª Divisão de Infantaria esteve envolvida diretamente, inicialmente puxa de volta para o rio Sarre devido ao avanço francês e logo após ao avançar novamente para reocupar seu terreno perdido.


Nenhuma ação contra a União Soviética

Enquanto as tropas do Exército Vermelho avançam sobre o leste da Polônia,
que agoniza sob o golpe duplo, os ocidentais não se manifestaram – além de
retóricas – contra a 'punhalada pelas costas' que o aliado polonês recebia.
Obviamente, os soviéticos diziam proteger as populações do leste polonês
contra o avanço nazista. E nada diziam sobre um Protocolo Secreto, entre os
'assassinos fascistas' e o 'governo dos proletários'.

Claro, que a Grã-Bretanha não poderia atacar os grandes exércitos
germânico e russo, ao mesmo tempo! E no mais, a estratégia britânica
contava com a aliança da Rússia – e seu imenso exército! - contra o III Reich.
Basicamente, repetir a I Guerra Mundial e sufocar os germânicos. Mesmo que
o governo agora estive nas mãos dos 'repulsivos bolcheviques' (sic) regicidas e
subversivos, os coveiros da civilização europeia (falta acrescentar: burguesa).
A demora em negociar com os soviéticos levou a Grã-Bretanha a perder um
aliado anti-fascista (ainda que o fascismo, de início, fosse uma 'proteção' contra
o bolchevismo) – o que possibilitou o esdrúxulo Pacto de Não-agressão
Germano-Soviético ou Molotov-Ribbentrop, nada mais que a permissão
russa para o avanço germânico na nova partilha da Polônia.

Mas até Churchill, o monarquista, o anti-bolchevista, sabia que somente poderia
vencer o III Reich alemão com a ajuda de outra potência, ou seria a França (logo
derrotada, em 1940) ou os Estados Unidos (entram na guerra em 1941/42),
enquanto as tropas alemãs se dispersavam e se desgastavam. Para o velho
imperialista o ideal seria que os nazistas e os bolchevistas se aniquilassem
mutuamente. Uma guerra entre os totalitarismos, ideológicos e raciais, seria
uma 'guerra de aniquilação', sem acordos nem quartel. E sem honra.

Mas o que ninguém esperava era uma ofensiva soviética na Finlândia – e muito
menos a ineficiência do Exército Vermelho diante da resistência finlandesa.
Seria tudo culpa dos 'expurgos' arquitetados por Stálin e sua entourage ?

Veremos nos tópicos Guerra Civil Finlandesa e Guerra de Inverno.


Por
Leonardo de Magalhaens

http://leonardomagalhaens.zip.net/

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A quarta Partilha da Polônia - 10 a 20 de setembro de 1939





A quarta Partilha da Polônia
10 a 20 de setembro de 1939

O avanço das tropas alemãs rumo a Varsóvia (Warsaw), sufocando
a resistência dos poloneses na capital, e nas fortalezas de
Brest-Litovsk e Modlin, prosseguiu em movimento de pinça a partir
do norte (tropas panzer de Guderian) e do sul (tropas sob comando de
von Rundstedt), logo iniciando o cerco à capital polonesa, entre 9 e 13
de setembro, enquanto as fortalezas se negavam à rendição,
ainda à espera do contra-ataque para aliviar o cerco à capital.

O fato é que até 14 de setembro, os defensores poloneses,
sob o comando do Marechal Edward Rydz-Smigly(1886-1941),
[o sucessor de Jozef Pilsudsky (1887-1935), que comandou as
forças polonesas durante a Guerra Polaco-Soviética (1919-21)]
ainda esperavam conter os alemães, pelo menos até a chegada dos
franceses e britânicos, segundo estabelecia os acordos com as
potências ocidentais. Realmente, os alemães esperavam conquistar
a Polônia antes do ataque na fronteira oeste, no momento com
defesa mínima (nenhuma divisão panzer ).

A declaração de guerra emitida pelos britânicos, e depois
pelos franceses, em 03 de setembro, teve pouco efeito prático,
nada além da mobilização das tropas, sem qualquer ataque ao
território alemão. Em seguida, o Império Britânico se mobiliza
junto a Metrópole, com as declarações de guerra emitidas
pela Austrália, Índia e Nova Zelândia. ( O Canadá declara guerra
ao III Reich em 10 de setembro de 1939, apoiando a Grã-Bretanha
mais com suprimentos do que exatamente tropas)

A vantagem da Blitzkrieg seria justamente a surpresa (afinal
de contas, não houve 'declaração de guerra') e a velocidade de
ataque (mobilidade, cerco e destruição dos pontos de resistência),
no sentido de evitar uma 'guerra de atrito', imóvel e prolongada.
A velocidade dos ataques e a mobilidade da defesa, possível com
as divisões panzer e as tropas motorizadas, evitava qualquer
estabelecimento de novos pontos de resistências, bombardeando
as tropas em fuga, além das infra-estruturas e bases de apoio
existentes na retaguarda. Foi isso que o Ocidente não entendeu,
atribuindo a iminente derrota polonesa a um atraso e à
incapacidade dos exércitos poloneses.

Realmente, a ineficiência polonesa foi em relação a 'guerra de
movimento
' (não apenas por deficiência de material e tropas),
a mesma ineficiência que seria mostrada pelas potências
ocidentais (quando dos ataques de 1940 e 1941). Por outro lado,
os soviéticos observaram de perto as novas táticas (usadas
no conflito com os japoneses, na Batalha de Khalkin Gol,
em agosto de 1939, onde se destacou o comando de G. Zhukov
(Jukov), porém não evitou derrotas na Finlândia (1939/40), e
depois quando da invasão nazista (em junho de 1941)

As tropas do Exército Vermelho, derrotadas na Polônia em 1920,
às portas de Varsóvia (Warsaw), no final da Guerra Polaco-Soviética
(1919-21), voltaram ao país na segunda quinzena de setembro de 1939,
alegando defender as populações de bielorussos e ucranianos em território
polonês, diante da ameaça 'fascista' (ainda que a URSS tivesse um acordo
com o III Reich – ver o Pacto Ribbentrop-Molotov – que foi mantido
até a invasão nazista em junho de 1941, a Operação Barbarossa)

O ditador soviético Josif Stálin insistia em anteior acordo proposto
em possível aliança com as potências ocidentais, no sentido de
um avanço russo na Polônia quando de um ataque alemão, assim
como haveria um ataque franco-britânico a região oeste da
Alemanha (no momento, sem defesas, muito menos tropas panzer),
mas acontece que (espantosamente?) o pacto foi assinado com os
nazistas, enquanto os britânicos pouco fizeram de esforço.

Stálin preferiu os nazistas. Por que? Pois o Protocolo Secreto
do Pacto Ribbentrop-Molotov permitiria aos russos um avanço
nos territórios do leste europeu (leste da Polônia, países balticos),
com uma 'esfera de influência' que os Ocidentais não permitiriam.
Além do mais os russos visavam áreas da Finlândia e da Rumânia.
(Sem, obviamente, o pleno acordo dos nazistas.) Este é o motivo
da 'boa-vontade' do ditador soviético em respeitar os acordos com
os nazistas, um real interesse de evitar a guerra, ou adiar a mesma,
ampliando uma área de defesa (no Báltico, ao redor de Leningrad;
na Ukrania, na parte tomada à Polônia; nas margens do Mar Negro,
o porto de Odessa, e a fortaleza de Sebastopol, na Crimeia)

Esta 'necessidade de defesa' foi o argumento dos soviéticos para
pressionar a Finlândia, logo após a derrota da Polônia, no sentido
de novas bases e territórios cedidos à URSS. Os finlandeses não
concordaram, e foram atacados, e resistiram.
Veremos nos tópicos Guerra Civil Finlandesa
e Guerra de Inverno.




Fontes: Wikipédia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Invasão_Soviética_da_Polónia

http://www.absoluteastronomy.com/topics/Soviet_order_of_battle_for_invasion_of_Poland_in_1939



por Leonardo de Magalhaens

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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Invasão da Polônia - 1 a 10 de setembro 1939





A Blitzkrieg avança na Polônia
1 a 10 de setembro 1939

Iniciada em 1 de setembro de 1939, a invasão nazista da
Polônia, com uso da estratégia de 'Blitzkrieg' (ou 'guerra
de movimento'), onde as tropas atacadas são logo cercadas
por 'movimentos em pinça' dos exércitos atacantes, além da
dissolução de toda resistência e defesa, com o uso de artilharia
pesada e ataque aéreo, a nova guerra mostrou abertamente
o seu grau de letalidade.

As populações civis eram atacadas até antes dos ataques às
tropas combatentes – com o propósito de espalhar a confusão
na retaguarda. Tudo em nome da agilidade e do ataque definitivo,
a impossibilitar ao inimigo todas as tentativas de contra-ofensiva.
As infra-estruturas (estradas, ferrovias, pontes, represas, reservatórios
de água, prédios públicos, etc) são logo bombardeadas, bem antes
do avanço da tropa (a infantaria) que vai encontrar o inimigo
profundamente abalado, incapaz de resistir.

Militarmente, no tópico Teatro de Operações, podemos resumir
assim os dez primeiros dias do ataque à Polônia: o ataque começa
ao amanhecer de 1 de setembro, quando 40 divisões alemães,
além de 4 divisões motorizadas, 4 divisões ligeiras, 7 divisões Panzer,
e 1 brigada de cavalaria, adentram o território polonês, advindas do
oeste (Alemanha), sul (Protetorado da Boêmia e Morávia) e do norte
(Prússia Oriental). Os alemães atacam 30 divisões polonesas, além
de 1 brigada ligeira e 11 brigadas de cavalaria.

Os poloneses organizam a defesa em 7 grandes grupos: ao norte,
os exércitos da Pomerânia, de Modlin (próximo a Warsaw/Varsóvia)
e Narew; a oeste, os exércitos da Posnânia e do Lodz; ao sul, os
exércitos da Krakov e dos Cárpatos. O objetivo dos alemães é envolver
e desmembrar tais grupos de exércitos. Assim, o 3o exército alemão
(sem divisões Panzer), ao norte, vence o exército de Modlin e avança
sobre Warsaw, enquanto o 4o exército alemão (com os Panzer liderados
por Guderian) ataca o Corredor Polonês, vence o exército da Pomerânia
e segue para Warsaw. No sul, segue o 10o exército alemão (sob o
comando de von Rudstedt, assessorado por Manstein) vence o exército
Krakov e avança sobre Warsaw. Ao mesmo tempo, o 14o exército
vence o exército o Cárpatos e segue para o rio Bug.

O avanço intensifica-se de 3 a 5 de setembro, quando os tanques
(Panzer) alemães sofriam mais com o 'fogo amigo' da artilharia do
que com os contra-ataques poloneses.


Contra-ataque polonês – 9 de setembro

Os grupos de exércitos da Posnânia e da Pomerânia (Pomorz) atacam
os flancos do 8o exército alemão, ao norte de Lodz. O 10o exército atua
em defesa móvel, enquanto o General Reichenau arma um contra-ataque
ao sul do exército da Posnânia. O Geenral Rundstedt traz reforços do
noroeste.

No mesmo dia, 09, a 4a divisão blindada Panzerdivisionen atua nos
subúrbios de Warsaw – descobre que os tanques (em área urbana)
são ineficientes (57 dos 120 tanques são destruídos!) Tanto que o
Alto-Comando passa a evitar as batalhas nas cidades,
preferindo o cerco – mantendo assim a mobilidade das tropas.

(Veremos depois o quanto as 'batalhas urbanas' desgastam as
Panzerdivisionen, nos exemplos clássicos – e trágicos! - de
Leningrado, Kiev, Moscow e Stalingrad)

A partir do dia 10, todas as promessas dos franceses e britânicos
ficam destinadas ao vazio retórico. Ainda mais que, vindas do
leste, aparecem as tropas do Exército Vermelho, para fazerem
cumprir o Protocolo Secreto do Pacto Germano-Soviético, ou
Molotov-Ribbentrop, de agosto de 1939.


continua...


por Leonardo de Magalhaens

http://leonardomagalhaens.zip.net/



Fontes: Wikipédia
http://en.wikipedia.org/wiki/Invasion_of_Poland_(1939)

Punhos de Aço”, K J Macksey

The Other Side of the Hill” (O outro lado da colina)
B H Liddell Hart

terça-feira, 1 de setembro de 2009

FALL WEISS - Caso Branco - A Invasão da Polônia





Fall Weiss: Caso Branco: a Invasão da Polônia
em 1 de setembro de 1939
Quando as tropas alemãs cruzaram a fronteira polonesa,
através do 'corredor polonês', além de vindas do norte
(Prússia Oriental) e do Sul (Tchecoslováquia), em 1o de
setembro de 1939, o ditador nazista, o Führer Adolf Hitler
não pretendia iniciar uma 'guerra total', e muito menos, mundial.
Esperava derrotar rapidamente as tropas polonesas e anexar
a Polônia – a ser, poŕem, dividida com a Rússia soviética.
Até porque a tática de Blitzkrieg, “guerra relâmpago”, ou
“guerra de movimento” (Bewegungskrieg), usando tropas
motorizadas, veículos blindados e ataques aéreos,
enfatizava as ofensivas, evitando a 'guerra de atrito' que
caracterizou a Primeira Guerra Mundial.
Ou seja, uma guerra demorada, com a resistência dos povos
atacados, só complicaria a eficiência da aclamada 'máquina
de guerra alemã', que surpreendeu os Ocidentais, e depois
os russos soviéticos, entre 1940 e 1943. despreparada para
uma 'guerra total', a fragilidade da economia alemã seria
compensada pelos 'créditos de ocupação' pago pelos países
'protegidos' – na verdade, o saque 'legalizado' das riquezas
(e até obras-de-arte) europeias. A guerra, portanto, era uma
necessidade econômica, para 'cobrir os gastos' da máquina
estatal (a ponto do nazismo ser também considerado
Capitalismo de Estado”) e justificar os imensos gastos militares
(incluindo a ampliação do quadro de oficiais e novos recrutas),
levando o ditador nazista a alegar a importância de uma
'guerra econômica', imperialista, para dominar novos territórios
(para o 'espaço vital', Lebensraum) e matérias-primas
(principalmente cereais, ferro e petróleo).
As posições de tropas alemães cobriam toda a extensão da
fronteira ocidental polonesa, além da posição norte (a Prússia
Oriental), permitindo, assim, manobras de cerco quando da
invasão, ao surpreenderem os poloneses em movimentos em
pinça vindo de oeste e do norte, o que inviabilizava os recuos
e as retiradas. Além do fato inconteste da qualidade deficitária
do material bélico das tropas polonesas, com canhões obsoletos,
ou empregando cargas de cavalaria contra veículos blindados!
Afinal, se somarmos as tropas alemãs (com 60 divisões) sua
superioridade numérica é pouco superior em relação as
polonesas (com 39 divisões), ainda mais que os poloneses
estão 'em casa', conhecem o terreno e bom organizar as
posições defensivas.
Aliás, 'poderiam' organizar! Pois a força aérea alemã, a
Luftwaffe, tem por objetivo bombardear as posições, as
retaguardas, e desorganizar todo o esforço de resistência,
impossibilitando as contra-ofensivas, e o cercamento das
tropas alemãs (a medida em que estas adentram o território
polonês), em suma, em atuação essencial para o desmoro-
namento de todo front polonês. Ao mesmo tempo, os ataques
aéreos deixam as populações civis em contínuo terror. É
uma amostra de que a guerra nazista não respeita a distinção
entre combatentes e não-combatentes, quando executa o
bombardeio das cidades, vitimando mulheres e crianças
sem qualquer defesa.
A impiedade da Blitzkrieg deixou um gosto amargo de terror
aos povos europeus, quando colunas de fumaça se elevavam
dos centro urbanos em chamas, e a população em fuga carregava
os poucos bens salvos da destruição, que semeava pânico em
todas as partes. Seja em terra, seja no ar, as forças polonesas,
muitas cercadas, se viram incapazes de defenderem suas posições,
e muito menos as populações vitimadas.

Por Leonardo de Magalhaens

http://leonardomagalhaens.zip.net
Mais info sobre Fall Weiss em:::::::::::

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Preparativos para a Invasão da Polônia (26.08.1939)




Enquanto prepara a invasão da Polônia,
Hitler confunde os britânicos


Em 26 de agosto de 1939, Adolf Hitler fica sabendo do
despreparo italiano para uma guerra de grandes proporções,
e que a Grã-Bretanha continua firme em sua proposta de
ajuda militar à Polônia. Resultado: o ataque no Corredor
Polonês e fronteira tcheca é logo cancelado. O “Plano Branco
(“Fall Weiss”) é adiado para 1o de setembro.


Hitler resolve 'negociar' com os britânicos, na verdade
gerando confusão e hesitação, para obscurecer os movimentos
da ofensiva, no sentido de pressionar a Polônia a enviar um
diplomata.

Em 29 de agosto, o ditador (Hitler) comunicpu a Chamberlain
que estava disposto a entabular negociações com a Polônia
sobre Dantzig, caso o Governo polonês enviasse um representante
a Berlin. No prazo de 24 horas. Hitler sabia perfeitamente que
os poloneses não aceitariam as suas exigências; ao rechaçar as
propostas alemãs, apareceriam como os responsáveis pelo
fracasso das negociações. Dessa maneira, a Grã-Bretanha e a
França contariam com uma saída honrosa para retirar o apoio
à Polônia. Chamberlain, no entanto, já farto de concessões, não
se dispôs a um novo Munique
.” (fonte: A Segunda Guerra Mundial,
Editorial Codex, 1965/1966)

Contudo, o embaixador britânico em Berlin, Sir Neville Henderson,
em 30 de agosto, comunica que a Grã-Bretanha não pretende
pressionar a Polônia.

Os dados estão lançados. Em 31 de agosto, o General Halder,
da Wehrmacht, é comunicado de que a hora do ataque à Polônia
é 4h45 de 1o de setembro, é a Diretiva No 1. À oeste, a ordem
era esperar a ofensiva das forças anglo-francesas.

Era um jogo de 'tudo ou nada', como bem sabiam os generais
alemães. O General Ludwig Beck deixara um aviso, em
memorando reservado (“A Alemanha numa guerra futura”), escrito
logo após ser afastado por Hitler, em 1938. “A Guerra desencadeada
pela Alemanha envolverá imediatamente outros países, além dos
que foram atacados; numa guerra contra uma coalização mundial
a Alemanha sucumbirá e ficará à mercê daquela coalização para
o bem ou para o mal
.” (fonte: Lewin, Ronald. “Churchill, O Lord da
Guerra
”, p. 139)

Ou seja, o General Beck desejava manter a Wehrmacht na condição
defensiva (como o próprio nome diz: “Força de Defesa”), caso
houvesse um ataque 'comunista', ou dos 'imperialistas ocidentais',
mas nunca atirar as forças armadas contra os países, gerando outra
guerra de proporções daquela de 1914 a 1918, traumática para os
alemães do era imperial.

Mas, para Hitler, toda a força da Wehrmacht residia justamente
nas ofensivas. O uso coordenado de formações móveis blindadas,
artilharia e força aérea. Era o princípio novo do 'novo Príncipe', o
próprio Führer. (Segundo Machiavelli, um 'príncipe novo' se destaca
em época de conflito e de calamidade – justamente o caso da
Alemanha pós-Primeira Guerra Mundial. Ver Il Principe, XXVI
)

Caso o sistema de alianças não apresentasse sucesso, haveria o
novo conjunto de armamentos e táticas, a “guerra de movimento
('Bewergungkrieg'), com aviões em bombardeio na retaguarda e com
lançamento de paraquedistas, para ocupar território e conservar/ou/
dinamitar pontes, infraestruturas, depois seguiam as forças blindadas,
a artilharia e a infantaria motorizada, e por fim, a infantaria comum.
Não mais aquela guerra estática, de posição, de trincheira a trincheira.

A 'guerra de movimento' seria a glória do Exército alemão, até que
as linhas de suprimentos se estenderam demais, e se deixaram
expostos aos ataques de flanco, cercados por formações de exércitos
inimigos e atacados por guerrilheiros dispersos. Quanto à defesa, o
máximo que fizeram foi a chamada 'defesa em ouriço', dispondo
camadas concêntricas alternadas de infantaria e artilharia, o que se
mostrou inútil diante da 'guerra de movimento' dos outros
(principalmente quando ocorria ataque aéreo!)

por
Leonardo de Magalhaens

domingo, 23 de agosto de 2009

O Pacto de Não-Agressão Soviético-Germânico ou Ribbentrop-Molotov



Pacto Ribbentrop-Molotov ou
Não-Agressão Soviético-Germânico
Deutsch-sowjetische Nichtangriffspakt

ou: O acordo entre Totalitarismos
ou: A nova Partilha da Polônia


Pode-se dizer que a assinatura do Pacto Germânico-Soviético
foi a 'permissão' russa para a invasão nazista da Polônia. O
pacto assinado por Ribbentrop e Molotov, com a plena
concordância de Hitler e Stálin, possibilitou a avalanche da
Blitzkrieg rumo ao leste.

Caso a URSS não tivesse aprovado o Pacto, dificilmente as
forças nazistas teriam ousado tanto – seria começar de imediato
uma guerra em duas frentes, sendo golpeadas à oeste pelos
britânicos e franceses, e também à leste, pelos poloneses e russos.

Todos sabemos que o Chanceler e Führer Adolf Hitler desejava
evitar uma guerra em duas frentes, ainda que duvidasse do pacto
franco-anglo-polonês, onde as potências ocidentais prometiam
garantir a integridade territorial da Polônia contra uma agressão do
III Reich (e não de um ataque da URSS).

A política externa com relação aos Ocidentais era de conveniência,
de hegemonia, para aceitarem um Reich alemão com supremacia
na Europa. O verdadeiro objetivo militar, numa guerra imperialista,
territorial e racial, sempre foi as estepes ucranianas e russas.
Além de um ódio fanático contra os 'bolcheviques' (mortos há
algum tempo pelo próprio Stálin!) Os planos de Hitler era invadir
a Polônia, ter uma 'fronteira comum' com a odiada URSS, o objetivo
real do 'avanço para o Leste' (Drang nach Osten) http://de.wikipedia.org/wiki/Drang_nach_Osten
http://en.wikipedia.org/wiki/Drang_nach_Osten

Disse Hitler, em 1939, antes de Ribbentrop assinalar a papelada
em Moscow, “Tudo o que empreendo é dirigido contra a Rússia; se
o Ocidente é burro e cego demais para entender isso, serei obrigado
a me entender com a Rússia, vencer o ocidente e depois reunir
minhas forças e me voltar contra a União Soviética
” (in: Fest, J,
Hitler”, p. 696)

Afinal, desde julho de 1939, os alemães, principalmente os líderes
econômicos, travavam conversações com os russos, sobre a
necessidade de matérias-primas, esfras de interesse, enquanto os
líderes políticos (principalmente do 'corredor polonês') desejavam
de imediato uma nova divisão da Polônia. Seria então a 'quarta
partição da polônia
' (ver info em http://pt.wikipedia.org/wiki/Partições_da_Polônia)
quando alemães cuidariam em invadir pelo ocidente e os russos
pelo oriente. Obviamente que hitler não desejava qualquer acordo
com os 'bolcheviques', mas os russos tinham interesses no Leste
europeu, e os alemães podiam dar o que os Ocidentais (entenda-se
Grã-Bretanha e França) não permitiriam.

Com a 'boa vontade' russa (e não 'soviética' ou 'socialista' , mas
nacionalista burocrática) as conversações entre alemães (via o
embaixador em Moscow, von der Schulenberg) e burocratas russos
tiveram continuidade em agosto de 1939, com o ápice representado
pela visita em persona do próprio Ribbentrop a Moscow em 23 de
agosto (enquanto isso os representantes britâncios viajam de navio,
demorando o dobro de tempo! e o Duce Mussolini não quer uma
guerra imediata, o que faz Hitler adiar o ataque a Polônia, de
26 de agosto para 1o de setembro) Apesar de todas as divergências
entre os nazistas e os estatistas nacionalistas russos, sobram o
antagonismo comum contra os 'capitalistas liberais ocidentais', o
que possibilita um Pacto de Não-Agressão.

Apesar de todas as divergências de suas respectivas concepções
políticas, o que havia de comum entre as ideologias da Alemanha
e da Itália e da URSS, ou seja, uma antipatia marcada pelas
democracias capitalistas ocidentais
.” (fonte: J Schnurre, in: Fest, J,
Hitler”, p. 700)

Além do que Stálin temia uma aliança Ocidente + Alemanha para
invadir a URSS, e o maior medo de Stálin era se envolver numa
guerra. Tanto que sempre cumpriu todos os acordos com os nazistas,
enviando matérias-primas e cereais, até no dia da Operação
Barbarossa
, em 22 de junho de 1941, quando Stálin não podia
acreditar numa tamanha traição de Hitler. (Seria Stálin um ingênuo?
Alguns acham que ele previu tudo, o que seria mais um pacto suicida.
Não acreditar no Sorge, achar que tudo era provocação do
Mr. Churchill)

A Grã-Bretanha e a França, enquanto isso, se esforçavam para
arrancar um acordo com os poloneses, no sentido de permitirem
um avanço das tropas russas, o Exército Vermelho, em território
polaco, para combater os alemães. Obviamente, os poloneses
não confiavam nos russos (lembrar que as tropas de Pilsudiski
e Rydz-Smigly derrotam os russos às portas de Varsóvia em 1920)
(mais em http://en.wikipedia.org/wiki/Polish–Soviet_War )

Talvez os dignitários poloneses já soubessem de um tal Protocolo
Secreto
, no pacto entre alemães e russos, para uma posterior
partilha da Polônia. Mesmo que nunca desconfiassem de uma
derrota tão rápida como a que sofreram em setembro de 1939,
golpeados à oeste pela Blitzkrieg, e depois , à leste, pelo
Exército Vermelho.


Por Leonardo de Magalhaens
http://leonardomagalhaens.zip.net/



Mais info em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pacto_Molotov-Ribbentrop

http://en.wikipedia.org/wiki/Molotov–Ribbentrop_Pact


quarta-feira, 19 de agosto de 2009

HITLER deseja a expansão para o Leste




Hitler deseja a expansão para o Leste

Em abril de 1939, Hitler já apresentava os esboços do
chamado Plano Branco (“Fall Weiss”), a invasão da Polônia,
que deveria ocorrer antes do inverno do mesmo ano, ou seja,
em agosto ou setembro, com o avanço de exército e força aérea,
no bombardeio de 'alvos militares e infraestrutura', combinados
em um ataque fulminante, daí o termo Blitzkrieg (“guerra-relâmpago”),
que nada mais era que a 'guerra de movimento” (“Bewegungskrieg”),
já utilizada pelos poloneses em 1920, contra os russos-soviéticos.

Mas a hegemonia germânica na Europa não tinha a mínima
concordância britânica, como já deixara explícito o Primeiro-Ministro
Chamberlain, “A Grã-Bretanha não caiu tão baixo a ponto de aceitar,
de braços cruzados, a hegemonia da Alemanha sobre a Europa
”,
e deseja deixar claro propondo 'garantias' a inviolabilidade do território
polonês. O que ressoa aos sentimentos nacionalistas exaltados dos
germânicos como uma 'bravata', um desafio ao duelo.

A 30 de março de 1939, o embaixador britânico em Varsóvia,
Sir Howard Kennan, comunica ao ministro do Exterior polonês,
Coronal Józef Beck, que o seu Governo está disposto a garantir,
unilateralmente, a independência da Polônia. Perplexo, Beck aceita
sem vacilações a extraordinária oferta. No dia seguinte, Chamberlain
comunica à Câmara dos Comuns que a Grã-Bretanha comprometeu-se
a dar à Polônia plena ajuda militar no caso de ser agredida
.”
(fonte: A Segunda Guerra Mundial, Editorial Codex, S.A., 1965/1966)

O acordo foi assinado em 06 de abril, e considerou-se apenas uma
agressão alemão contra a Polônia, e não previa uma ação contra
um ataque russo-soviético. (Mesmo que a Grã-Bretanha ousasse
tanto não poderia! Em 17 de setembro, quando o Exército Vermelho
deu o 'golpe pelas costas', invadindo à leste, os britânicos não
declararam guerra a URSS!)

continua...

por Leonardo de Magalhaens
http://leonardomagalhaens.zip.net/




sexta-feira, 10 de julho de 2009

A Polônia autoritária






A Polônia autoritária


Depois da I Guerra Mundial, a Polônia se esforça por ser
um Estado independente. Precisa enfrentar os exércitos russos
em 1920, e aprovar a nova Constituição (1921), mas o
movimento anti-russo torna-se anti-bolchevista (anticomunista)
e o centro e direita são os vitoriosos.

Quando a esquerda tem a chance de chegar ao poder e
implantar as leis agrárias, precisa enfrentar os gabinetes de
centro-direita e depois as greves. O enfraquecimento econômico
leva ao golpe militar de maio 1926, quando o general Pilsudski
(o mesmo que venceu os russos em Varsóvia) proclama o
'saneamento' do Estado, com expurgos e exonerações.
Depois a luta é interna, quando os coronéis querem um governo
mais firme, ou seja, a ditadura pura e simplesmente. Os
parlamentaristas são eliminados ou exilados. Ocorre o mesmo
'processo' que na Alemanha, onde o centro se alia a direita
contra a esquerda, apenas para depois a direita eliminar o
centro. (Vargas, no Brasil, logo percebeu o 'jogo', e depois
do apoio da direita (integralista), contra os comunistas,
providenciou o afastamento dos integralistas
)

A 'ditadura dos coronéis', o ministério do general Skladkowski-
Slawoj, dominado pelo marechal Rydz-Smigly, que ordena a
ocupação da Silésia em Teschen (outubro 1938), em plena
crise de Munique, enquanto os britânicos e franceses tentavam
'apaziguar' as ambições do líder nazista, Adolf Hitler.

O poder dos militares cria um atrito com as 'democracias'
ocidentais, a ponto dos poloneses assinarem acordos com os
russos (1932) e os alemães (1934), e daí nem Hitler nem Stálin
levar os poloneses a sério - pois que apoio os ocidentais poderiam
prestar? (Hitler nunca acreditou realmente que as potências
ocidentais fossem entrar em guerra por causa da ditadura polonesa,
a
'ditadura dos coronéis'. Não percebeu a tempo que o desejo dos
ocidentais era manter o frágil
'equilíbrio europeu'. Ou seja, não
permitir uma potência na Europa
.)

A nova ‘partilha’ da Poland levaria a uma guerra européia, e
depois mundial.


Por Leonardo de Magalhaens

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sábado, 13 de junho de 2009

Antecedentes do Pacto nazi-soviético




Os Antecedentes do Pacto nazi-soviético

A Grã-Bretanha começou a levar o Führer a sério após a
Noite dos Longos Punhais”, em junho de 1934, quando
os nazistas se aliaram a Wehrmacht. Churchill, o conser-
vador imperialista, passa a tolerar mais os 'socialistas',
os trabalhistas, do que os 'nazistas', contudo não ocorre
uma aliança anglo-soviética.

O diplomata russo-soviético Ivan Maiski, servindo em
London entre 1932 e 1943, culpa os ocidentais por terem
negligenciado um acordo com a URSS, obrigando assim
o Sr. Molotov a assinar um tratado com o nazista Ribbentrop.
O que deixou o Reich livre para invadir a Polônia, e depois
a Ukrânia.

O Primeiro-Ministro Neville Chamberlain era a favor de um
apaziguamento” com o Reich. Lord Halifax, na mesma linha,
não teria insistido na guerra. Outros políticos esperavam que
o Reich e a URSS se aniquilassem mutuamente.

Mesmo se considerando que a invasão alemã da URSS
seria um crime a priori, visto o “tratado de não-agressão”,
assinado em agosto de 1939, a 'polícia do mundo' da época,
a Grã-Bretanha somente apoiaram os soviéticos porque o
Exército Vermelho seria o único exército continental capaz
de enfrentar as tropas alemãs.



A Grã-Bretanha não confiava num acordo. O Reich invadiria
a URSS mais cedo ou mais tarde. Hitler tentou aniquilar a
URSS para assim deixar claro que o III Reich era a potência
europeia e a Grã-Bretanha não poderia deixar de negociar.

Não havia planos de Hitler para atacar o Império colonial da
Grã-Bretanha. (Hitler até relutaria em ampliar o conflito na
África do Norte, em 1941)

Se Churchill achava 'desnaturado' o Pacto Molotov-Ribbentrop
(“a sinistra notícia abateu-se sobre o mundo tal uma explosão”,
escreveu em “Memórias da Segunda Guerra Mundial”), o que
pensava Hitler da “Grande Aliança” entre uma monarquia
liberal, uma República liberal e um Estatismo Totalitário de
Esquerda? (Até a “ofensiva das Ardenas”, em dezembro de
1944, Hitler esperava “despedaçar” esta 'estranha' Aliança.)

O 'apaziguamento' dos Ocidentais, ou seja, a França e da
Grã-Bretanha, e o isolacionismo dos EUA é que ajudou as
audácias dos fascistas? Segundo o diplomata I. Maiski a
resposta é sim. O doentio “anti-comunismo” dos ocidentais
permitiu a ascensão dos fascistas. (E Churchill já sabia que
a URSS era um nacionalismo, não um “internacionalismo
comunista
”)

Desejando conservar o Império colonial (o que afinal não
conseguiu), o Sr. Churchill não arrastou a Europa e o mundo
para uma “guerra total”? Questão que muito interessa ao
conservador norte-americano P. J. Buchanan. Alega que a
guerra era 'desnecessária' (textualmente, “unnecessary war”)
e no final a Grã-Bretanha acabou por perder o global
Império Britânico.

Afinal, Hitler contava com a ajuda europeia para destruir o
bolchevismo” (o que teria conseguido se não tivesse
dispersado as tropas alemãs para ajudar os italianos
ineficientes a enfrentarem os britânicos – e coloniais –
obstinados)

Churchill alega que a Grã-Bretanha jamais permitiria uma
'potência' continental na Europa.


A Diplomacia europeia anti-soviética, segundo Maiski

Depois da ascensão dos nazistas, os britânicos, ainda mais
depois de 1934, passam a estender os olhares sobre o
continente europeu e as possíveis alianças entre os governos.
A subida dos ditadores italiano e alemão desequilibra a
'balança de poder' na Europa. O Ministro das Relações
Exteriores britânico Anthony Eden visita Berlim e Moscou
em março de 1935, colhendo informações. Em maio de 1935,
há o acordo França-URSS, em Paris, depois de uma viagem
de P. Laval até Moscou. E no mesmo mês um acordo entre
a Tchecoslováquia e a URSS, depois que o Presidente Benes
visitou Moscou.

Os líderes trabalhistas, representados por Aneurin Bevan,
são cuidadosamente observados por Churchill, e por outro
anti-soviético, o Lord Beaverbrook (dono do Daily Express).
Porém, tanto Churchill quanto Beaverbrook são favoráveis
a um acordo com a URSS contra um inimigo comum: o
III Reich. Mas Churchill não está no poder. O Primeiro-Ministro
Neville Chamberlain segue sua política do 'apaziguamento',
para evitar mais uma guerra na Europa.

Aqui Maiski acusa os 'apaziguadores', os 'chamberlianianos'
(isto é, Lord Halifax, Samuel Hoare, Simon, Vansittart, etc) por
um 'esfriamento' nas relações GBR-URSS, mesmo que
desejando que a URSS e o Reich se enfrentem e se aniquilem.
Só não desejavam intervir de forma a fazer explodir o conflito.
Mas essa apatia foi favorável a Ribbentrop quando articulou
um tratado com Molotov, para uma 'nova partilha' da Polônia.

A nova partilha da Polônia, em setembro de 1939, é o início
da Segunda Guerra Mundial na Europa.

Por Leonardo de Magalhaens