Correntes historiográficas
Parte 2
Nos anos 70, outros historiadores alcançaram a fama, com
suas polêmicas. Assim, Joachim Fest e John Toland, a
abordarem o perfil psicopatológico e os personalismos dos
líderes, nas cristas dos movimentos históricos, com o homem
empurrando o processo histórico). (Nessa linha, temos nos
anos 90 a obra “O Duelo de Churchill e Hitler”, de John Lukacs,
historiador norte-americano de origem húngara, que mostra
o duelo de personalidades nos encaminhamentos do processo
histórico. Uma luta de nações movida por uma luta de egos.
O nacionalismo mais fascinante que o internacionalismo, o
populismo mais atraente que o socialismo. As figuras do
reacionário, no caso, Churchill, e do revolucionário, aqui, Hitler.
(Mesmo que Hitler seja um 'revolucionário de direita', de
'cima-para-baixo', enquanto Trotsky e Lênin começaram
pelas bases populares)
Alinha historiografia, fatos explicam fatos, tem seu representante
em John Keegan,depois Sir,OBE, autorde “Barbarossa: Invasion
of Russia” (1941) e “The Second World War” (1990), onde mostra
suas suspeitas quanto as ideias de Clausewitz, onde polítca e
guerra se misturam e se perpetuam.
Seguindo a linha da história econômica está o historiador
britânico Timothy Mason (1940-1990) da Oxford University, que
segue uma abordagem muitopróxima daquela de Mandel,com
ênfase nas condições da Classe Operária em sua luta contra os
interesses capitalistas.(Principalmenteem “The Working Class
and the National Community”, 1975) E de como os problemas
econômicos empurraram Hitler para a guerra (mas e a ideologia
do 'Lebensraum'? Do 'Império de Mil anos' ? O lado místico do
nazismo é deixado em segundo plano)
Quanto a polêmica, destaca-se David J. C. Irving, que publica
“Hitler's War" em 1977, onde a visão do ditador alemão domina,
onde certas arbitrariedades e crueldades são justificadas num
'grande plano', onde o Holocausto foi uma disfunção da 'máquina
bélica' e não seu objetivo. Assim a figura do 'revisionista' ganha
fama do cenário da historiografia (ainda mais quando Irving
recebe apoio do teatrólogo Rolf Hochhuth, persona non grata
no Vaticano, desde a sua peça “O Vigário” (Der Stellvertreter),
onde a figura de Pio XII, 'o papa de Hitler' causa mal-estar.
(Mote excelente para John Cornwell estruturar sua obra
“Hitler's Pope”, publicada em 1999. Com igual polêmica!)
Em contraponto a Irving, eis a obra de Daniel Goldhagen, “Os
Carrascos Voluntários de Hitler”(1996), publicado em Harvard,
EUA, onde não apenas houve o Holocausto como o povo alemão
teve importante participação, com a exteriorização de todo o
anti-semitismo, como se a 'purificação da raça' fosse a remissão
para todos os pecados.
O britânico Richard Overy abre uma disputa com T.Mason, quanto
as questões econômicas, e analisa o esforço de guerra, e suas
causas, em “The Origins of the Second World War” (1987), “Why
the Allies won” (1995), “Russia's War: Blood upon the snow”
(1997), dentre outras obras; mas outro historiador, também britânico
(de Cambridge), Adam Tooze, vem defender a abordagem de
Mason sobre os fatalismos do modelo econômico do III Reich,na
obra “The wages of destruction”, de 2006, onde pode-se concluir
que Hitlerprecisava guerrear e saquear para pagar as contas!
Apegado a historiografia sem interpretações está o britânico
Antony Beevor ( foi discípulo de John Keegan ) que aborda a
guerra total entre germânicos e russos nas obras “Stalingrad”
(1998) e “Berlin 1945”(2002), onde mostra o quanto eram cruéis
os dois sistemas políticos em confronto na Frente Oriental,1941
a 1945, o stalinismo (dito 'comunismo') e o hitlerismo (dito
Parte 2
Nos anos 70, outros historiadores alcançaram a fama, com
suas polêmicas. Assim, Joachim Fest e John Toland, a
abordarem o perfil psicopatológico e os personalismos dos
líderes, nas cristas dos movimentos históricos, com o homem
empurrando o processo histórico). (Nessa linha, temos nos
anos 90 a obra “O Duelo de Churchill e Hitler”, de John Lukacs,
historiador norte-americano de origem húngara, que mostra
o duelo de personalidades nos encaminhamentos do processo
histórico. Uma luta de nações movida por uma luta de egos.
O nacionalismo mais fascinante que o internacionalismo, o
populismo mais atraente que o socialismo. As figuras do
reacionário, no caso, Churchill, e do revolucionário, aqui, Hitler.
(Mesmo que Hitler seja um 'revolucionário de direita', de
'cima-para-baixo', enquanto Trotsky e Lênin começaram
pelas bases populares)
Alinha historiografia, fatos explicam fatos, tem seu representante
em John Keegan,depois Sir,OBE, autorde “Barbarossa: Invasion
of Russia” (1941) e “The Second World War” (1990), onde mostra
suas suspeitas quanto as ideias de Clausewitz, onde polítca e
guerra se misturam e se perpetuam.
Seguindo a linha da história econômica está o historiador
britânico Timothy Mason (1940-1990) da Oxford University, que
segue uma abordagem muitopróxima daquela de Mandel,com
ênfase nas condições da Classe Operária em sua luta contra os
interesses capitalistas.(Principalmenteem “The Working Class
and the National Community”, 1975) E de como os problemas
econômicos empurraram Hitler para a guerra (mas e a ideologia
do 'Lebensraum'? Do 'Império de Mil anos' ? O lado místico do
nazismo é deixado em segundo plano)
Quanto a polêmica, destaca-se David J. C. Irving, que publica
“Hitler's War" em 1977, onde a visão do ditador alemão domina,
onde certas arbitrariedades e crueldades são justificadas num
'grande plano', onde o Holocausto foi uma disfunção da 'máquina
bélica' e não seu objetivo. Assim a figura do 'revisionista' ganha
fama do cenário da historiografia (ainda mais quando Irving
recebe apoio do teatrólogo Rolf Hochhuth, persona non grata
no Vaticano, desde a sua peça “O Vigário” (Der Stellvertreter),
onde a figura de Pio XII, 'o papa de Hitler' causa mal-estar.
(Mote excelente para John Cornwell estruturar sua obra
“Hitler's Pope”, publicada em 1999. Com igual polêmica!)
Em contraponto a Irving, eis a obra de Daniel Goldhagen, “Os
Carrascos Voluntários de Hitler”(1996), publicado em Harvard,
EUA, onde não apenas houve o Holocausto como o povo alemão
teve importante participação, com a exteriorização de todo o
anti-semitismo, como se a 'purificação da raça' fosse a remissão
para todos os pecados.
O britânico Richard Overy abre uma disputa com T.Mason, quanto
as questões econômicas, e analisa o esforço de guerra, e suas
causas, em “The Origins of the Second World War” (1987), “Why
the Allies won” (1995), “Russia's War: Blood upon the snow”
(1997), dentre outras obras; mas outro historiador, também britânico
(de Cambridge), Adam Tooze, vem defender a abordagem de
Mason sobre os fatalismos do modelo econômico do III Reich,na
obra “The wages of destruction”, de 2006, onde pode-se concluir
que Hitlerprecisava guerrear e saquear para pagar as contas!
Apegado a historiografia sem interpretações está o britânico
Antony Beevor ( foi discípulo de John Keegan ) que aborda a
guerra total entre germânicos e russos nas obras “Stalingrad”
(1998) e “Berlin 1945”(2002), onde mostra o quanto eram cruéis
os dois sistemas políticos em confronto na Frente Oriental,1941
a 1945, o stalinismo (dito 'comunismo') e o hitlerismo (dito
'nacional-socialismo'): um inferno para ambos os povos,
os eslavos-russos e os germânicos.
Recentemente, o destaque é Ian Kershaw, outro britânico, e Sir,
com sua objetividade dos fatos, ao estilo estruturalista, contra a
visão de 'grande homem' (mesmo aquela negativa). Nem o
historicismo dos marxistas nem o personalismo dos criadores de
mitos. Destaca-se a biografia “Hitler”,em dois volumes, “Hubris” e
“Nemesis”, publicados em 1998 e 2000.
Moda agora também é a vida amorosa do ditador alemão, com as
obras “Hitler e as mulheres”, de Ian Sayer e Douglas Botting, e
“Mulheres de Hitler”, de François Delpla, obras que mostram um
homem atormentado por sexualidade reprimida, delírios passionais
e histeriaamorosa.Trocando energias eróticas com as multidões
apaixonadas, tal um superstar que é frustrado entre quatro paredes.
As correntes historiográficas se formam a partir de questões e
respostas distintas. Há um fato - e descobrir suas causas e
consequências é a motivação.O que e por que aconteceu. Um
exemplo? O atentado contra o Führer em 8 novembro 1939, no
Recentemente, o destaque é Ian Kershaw, outro britânico, e Sir,
com sua objetividade dos fatos, ao estilo estruturalista, contra a
visão de 'grande homem' (mesmo aquela negativa). Nem o
historicismo dos marxistas nem o personalismo dos criadores de
mitos. Destaca-se a biografia “Hitler”,em dois volumes, “Hubris” e
“Nemesis”, publicados em 1998 e 2000.
Moda agora também é a vida amorosa do ditador alemão, com as
obras “Hitler e as mulheres”, de Ian Sayer e Douglas Botting, e
“Mulheres de Hitler”, de François Delpla, obras que mostram um
homem atormentado por sexualidade reprimida, delírios passionais
e histeriaamorosa.Trocando energias eróticas com as multidões
apaixonadas, tal um superstar que é frustrado entre quatro paredes.
As correntes historiográficas se formam a partir de questões e
respostas distintas. Há um fato - e descobrir suas causas e
consequências é a motivação.O que e por que aconteceu. Um
exemplo? O atentado contra o Führer em 8 novembro 1939, no
Burgerbraukeller de Munich, em pleno início da Segunda Guerra,
quando (o fato) um tal Johann Georg Elser,carpinteiro, operário,
instalou uma bomba de efeito retardado num dos pilares do
auditório.E havendo Hitler saído mais cedo, a bomba explodiu
meio aos retardatários. O atentado matou 7 pessoas e feriu
outras 63.
Explicações para o fato são basicamente 4, a saber, Elser agiu
quando (o fato) um tal Johann Georg Elser,carpinteiro, operário,
instalou uma bomba de efeito retardado num dos pilares do
auditório.E havendo Hitler saído mais cedo, a bomba explodiu
meio aos retardatários. O atentado matou 7 pessoas e feriu
outras 63.
Explicações para o fato são basicamente 4, a saber, Elser agiu
sozinho, por conta própria, pois odiava o ditador, ou então,
Elser agiu por ordens de um complô anti-nazista. Outra
versão diz que Else agiu por ordem de Himmler (que queria
logo eliminar Hitler e assumir o poder). E ainda encontramos
que Elser agiu por ordem de Himmler (que avisou Hitler) e
tudo para culpar os britânicos (aqui o reforço fatual: o jornal
Völkischer Beobachter pôs a culpa do incidente no Serviço
Secreto britânico.
por
Leonardo de Magalhaens
http://leonardomagalhaens.zip.net/
Elser agiu por ordens de um complô anti-nazista. Outra
versão diz que Else agiu por ordem de Himmler (que queria
logo eliminar Hitler e assumir o poder). E ainda encontramos
que Elser agiu por ordem de Himmler (que avisou Hitler) e
tudo para culpar os britânicos (aqui o reforço fatual: o jornal
Völkischer Beobachter pôs a culpa do incidente no Serviço
Secreto britânico.
por
Leonardo de Magalhaens
http://leonardomagalhaens.zip.net/
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