terça-feira, 10 de novembro de 2009

Guerra Civil Finlandesa (parte 2)





Guerra Civil Finlandesa

Parte 2

Depois do colapso do Império Russo, na Primeira Guerra
Mundial
, e a eclosão da Revolução Russa, depois
Bolchevique, em 1917, os finlandeses conseguiram manter
uma autonomia em relação aos russos. Tanto os conservadores
quanto os social-democratas desejavam uma emancipação
e lutavam por isto. O modelo de governo que seria instaurado
depois, este era o motivo da discórdia.

Em dezembro de 1917, o governo soviético emite um decreto
para garantir a emancipação da Finlândia, em nome do direito
de auto-determinação dos povos. Antes, o próprio Senado
já elabora uma Declaração de Independência, que não
contou com o apoio dos social-democratas (afinal, seriam
mantidos os privilégios dos senhores feudais, latinfundiários,
e burgueses...)


Numa sociedade cindida por estamentos, desigualdade de
riquezas, concentração de terras, dividida entre nacionalistas,
em pró-suecos, pró-germânicos, pró-soviéticos, uma guerra
civil mais do que eclosão dos conflitos, é um trauma que
atravessa gerações, vitimadas por uma guerra entre irmãos,
sangrando a nação.

Em nome de uma autonomia finlandesa, os senadores
(representantes dos conservadores) nada mais do que
deixaram a nação sob influência alemã (o Império do Kaiser
ainda não havia se rendido), enquanto os Vermelhos
(de socialdemocratas a comunistas) aceitavam o apoio
russo soviético – não muito aceito num país que sofrera
tanto com a 'russificação' imposta pelos czares.

Como garantir a independência da Finlândia sem
deixar o país na órbita Alemanha ou da Rússia? Como
criar um Parlamento democrático que represente as
várias forças políticas da nação? Como articular um
diálogo político entre conservadores e democratas,
entre latifundiários e socialistas? A impossibilidade
de agradar a todos – ou a maioria – cria a radicalização
que explode em conflito. Assim cada lado se arma – na
ausência de um exército nacional – em grupos de
Guardas Brancos e Guardas Vermelhos.

Agressões de lado a lado levam à guerra aberta em
janeiro de 1918, principalmente no sul e sudoeste,
principalmente nas cidades industriais, com maiorias
trabalhistas, socialistas e comunistas. A luta de
classes novamente movendo a História.

Os combates


Um conflito entre ricos e pobres, entre classes sociais,
entre visõespolíticas, não um conflito étnico ou religioso,
foi o que caracterizoua Guerra Civil Finlandesa. Os
nacionalistas desejavam uma distância tanto política
quanto ideológica em relação à Rússia, mas os social-
democratas, os socialistas e os comunistas aceitavam
um apoio russo, em nome do 'internacionalismo' do
proletariado. Como sempre aqueles que possuem armas,
os militares, acendem o estopim. Guardas radicalizaram
as lutas de classes, e assim os radicais de Esquerda
também fizeram.

Ambos os grupos em discórdia recorreram ao uso de
armas e o conflito eclodiu em janeiro de 1918, com os
Guardas Brancos acusando os Guardas Vermelhos de
servirem aos interesses russos (uma vez que os militares
não acreditam em qualquer 'internacionalismo'...), e os
mesmo conservadores que contavam com o apoio da
Monarquia Germânica, passaram a 'defender' uma
'república democrática' (o que mostra que 'democracia'
muitas vezes pode não passar de rótulo e propaganda...).

Já os Guardas Vermelhos tinham o apoio dos explorados,
dos assalariados, dos subempregados, dos camponeses,
dos operários, dos intelectuais não vendidos, de todos os
não-proprietários, e que desejavam uma real “república
democrática”, não apenas um slogan populista.

http://es.wikipedia.org/wiki/Guerra_Civil_Finlandesa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_civil_finlandesa


Historiografia

Até hoje a historiografia oficial tem dificuldades em nomear
a Guerra Civil Finlandesa que tanto abalou a sociedade
finlandesa, transformada em campo de batalha entre
os imperialistas alemães e suecos, entre os conservadores
latinfundiários e o proletariado, com apoio dos soviéticos.

Outros nomes são usados, de acordo com os interesses, e
as fontes de referência. Tem-se “guerra de libertação”
(vapaussota), ou “guerra de irmãos” (veljessota), e também
“rebelião vermelha” (punakapina), mostrando-se que
90 anos depois do conflito as feridas ainda continuam
abertas.

Segundo dados (nem todos averiguados) cerca 37 mil
foram vitimados – entre armados e desarmados -
com baixas entre voluntários suecos e soviéticos russos.
A Esquerda sofreu mais, ao ser desmembrada, e
massacrada numa campanha de terror, onde morreram
mais Vermelhos em execuções do que em campos de
batalha. (Fontes registram 11 mil mortos em campos
de confinamento/concentração, devido a fome e
maus tratos, além de torturas.)

por Leonardo de Magalhaens
http://leonardomagalhaens.zip.net/


A Literatura retrata a Guerra Civil Finlandesa

O primeiro livro popularmente apreciado na Finlândia sobre a guerra, Hurskas kurjuus
(Devota Miséria), foi escrito pelo vencedor do Prêmio Nobel Frans Eemil Sillanpää em 1919.
Entre 1959 e 1962, Väinö Linna, em sua trilogia Täällä Pohjantähden alla, descreveu a
Guerra Civil e a Segunda Guerra Mundial do ponto de vista das pessoas comuns.
Na poesia, Bertel Gripenberg, que havia se voluntariado para o exército branco, celebrou
sua causa em A Grande Era (em sueco: Den stora tiden), em 1928. Viljo Kajava, que
experimentou os horrores da Batalha de Tampere aos nove anos de idade, apresentou uma
visão pacifista da guerra civil em seus Poemas de Tampere 1918 dos anos 1960. Também
o romance épico de Kjell Westö Där vi en gång gått lida com a guerra civil finlandesa,
seguindo indivíduos e famílias de tanto o lado branco quanto o vermelho, antes, durante
e após o período de guerra.
Fonte: Wikipédia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_civil_finlandesa#cite_ref-62

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