quarta-feira, 19 de maio de 2010

Avanço das tropas do III Reich






A política externa do III Reich

Uma das indecisões dos líderes nazistas era 'para onde as tropas deveriam avançar?'

Os prussianos queriam um avanço para o Leste, rumo ao Báltico e a Ucrânia. Este 'impulso para o Leste' (Drang nach Osten) era defendido pelo ideólogo Alfred Rosenberg, pois o povo alemão precisaria expandir-se, e assim garantir um 'espaço vital' (Lebensraum).

Já os bávaros e austríacos eram favoráveis a uma intervenção nos Balcãs, onde antes havia a influência do extinto Império Austro-Húngaro, ainda a despertar 'saudades' em muitos conservadores.

Outros eram mais moderados. Ribbentrop defendia a política de uma 'hegemonia europeia', mas sem chegar a uma guerra com os ingleses e os russos, e muito menos com os norte-americanos.

Outros viam a 'força militar' apenas como 'pressão' sobre as outras nações. Goebbels e Göring queriam a ameaça das armas para manter e expandir conquistas na política externa.

Assim, antes de qualquer coisa, o ditador A. Hitler precisaria tentar conciliar todas as orientações, para saber onde empregar as tropas germânicas. Assim fez usando diplomacia e ameaças para expandir as fronteiras alemãs na Europa Central (até setembro de 1939) e avançou para os Balcãs em 1940/41, até invadir as repúblicas bálticas, a Ucrânia e a Rússia, em junho de 1941.

Mas o Führer não queria atacar todos ao mesmo tempo. Queria um 'acordo' com a Grã-Bretanha, para então ter 'força total' contra a URSS. Não contava com atacar em todos os 'teatros de guerra' ao mesmo tempo!

Como seria possível um acordo entre nazistas e britânicos, se o primeiro-ministro era Churchill, tão anti-nazista quanto anticomunista? Historiadores dizem que Hitler queria explorar uma 'possível brecha' entre Churchill e o Ministério do Exterior, assim como Stálin explorava a oposição comunista alemã (em Moscou) contra os nazistas. Era uma político do tipo 'quinta-coluna'.

A ofensiva no Oeste seria também uma forma de pressionar (e neutralizar) os franceses e ingleses, no sentido de evitarem um 'golpe pelas costas' quando os exércitos alemães invedissem a vastidão das estepes ucranianas e russas. Não parece haver qualquer planejamento 'sério' para uma invasão concentrada das ilhas britânicas em 1940. Os ataques aéreos visavam mais 'quebrar a moral' do povo inglês – de modo a levá-lo a pressionar o governo Churchill para 'fazer a paz' – do que realmente ser a 'vanguarda' de uma invasão. Se realmente estava nos planos de Hitler uma invasão da Inglaterra, o melhor momento em junho e julho, não setembro e outubro de 1940.

Churchill fez pouco para encorajar a resistência alemã (os conservadores da nobreza e alguns militares, e uns poucos 'democratas'), contudo, fez tudo para que Hitler acreditasse que havia um 'Partido pela Paz', anti-Churchill na Grã-Bretanha.

Por Leonardo de Magalhaens
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Fontes: LUKACS, John. O duelo: Churchil X Hitler. 1991
KILZER, Louis C. A Farsa de Churchill. 1994

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