quarta-feira, 9 de junho de 2010

2ª etapa da Batalha da França - Fall Rot





Fall Rot / Case Red
Caso Vermelho
2ª etapa da Batalha da França
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Após o sucesso da Fall Gelb (Caso Amarelo), a ofensiva contra os Países Baixos, através de Flandres e Ardennes, com a expulsão da BEF (Força Expedicionária Britânica) nas praias de Dunkirk, em 4 de junho de 1940, as operações bélicas das tropas alemãs foram reiniciadas em 5 de junho rumo a costa da Canal e a metrópole parisiense.

Atuando em toda a Linha Weygand – os pontos principais da defesa francesa – as vanguardas panzer atacaram na região do rio Somme, numa linha Abbeville – Amiens – Peronne, onde 95 divisões alemães golpeavam cerca de 50 divisões francesas. A supremacia germânica nos ares era evidente. Se os franceses pouco podiam contar com a aviação – ainda mais depois que a RAF se recolheu aos limites do Canal da Mancha (1) – a Luftwaffe contavam com cerca de 3 mil aviões, em apoio às manobras de artilharia e infantaria.

As forças blindadas (1,2 mil panzer) comandadas pelos generais Kleist e Hoth, do Grupo de Exército B, do General von Bock, pressionaram ao nordeste de Paris, enquanto os panzers comandados por Guderiam (do Grupo de Exércitos A, do General Rundstedt) contornavam a Linha Maginot, o supostamente invencível sistema defensivo dos franceses.

O teatro de operações do Caso Vermelho englobavam justamente as regiões onde os alemães foram 'barrado' nas defensivas aliadas da Primeira Guerra Mundial. Ali as tropas de assalto germânicas enfrentram a artilharia dos franceses e britânicos – e depois dos norte-americanos, em 1918 – em 'batalhas de atrito' tais como as de Marne, Verdun, Somme, Arras, Ypres e Amiens. Então, em 1940, a 'guerra de movimento' impedia a 'guerra estacionária', pois as defesas francesas não tinham tempo para estabelecer um 'sistema de trincheiras', uma vez que eram atacadas por cima!

Foi justamente para evitar as batalhas de desgaste – tão sangrentas na Grande Guerra – que positivamente pouco conquistavam além de alguns quilômetros quadrados de terra arrasada, que os comandantes alemães tudo fizeram para manter a 'guerra em movimento' sem dar tempo aos inimigos para montarem sistemas defensivos. Parar a ofensiva era submeter-se ao contra-ataque. Atacar sempre – era a ordem na Blitzkrieg.

Assim, os panzer avançam para o sul, deixando a tarefa para a infantaria alemã de enfrentar as resistências da infantaria francesa. Enquanto a artilharia não 'dava cobertura', este esforço era mantido pela Luftwaffe, sempre a bombardear os 'focos de resistência'.

O movimento constante leva os blindados da 7ª Panzerdivision, do General Rommel, a cruzar o rio Somme à altura de Le Havre, enquanto o rompimento da Linha Weygand é competado em 7 de junho, quando as tropas invasoras seguem rumo a Rouen, no rio Sena, ao norte de Paris, de onde o Alto Comando francês ordena uma retirada geral em 8 de junho.

Em 10 de junho, os blindados de Rommel situam-se na linha de Fécamp (costa do Canal da Mancha) onde envolvem o X Exército francês, na linha defensiva derradeira. Nisso, a Linha Maginot é contornada e atacada pelos flancos e retaguarda. Enquanto isso, ao sul, na região dos Alpes, e na Côte de Azur, ou Riviera francesa, nas costas do Mar Mediterrâneo, nota-se um movimento de tropas italianas, enquanto ainda se ouvem os ecos do discurso do ditador fascista Mussolini, em sua declaração de guerra. [Em próxima postagem, falaremos da Itália na Guerra.]

Empurrados para a Capital, os franceses descobrem que os dirigentes preparam-se para abandonar a 'cidade luz', rumo a Bordeaux, enquanto novas lideranças se destacam. É neste momento que se iniciam as conversações entre Churchill e o militar Subsecretário da Defesa, o General De Gaulle.

No gabinete francês de 15 de junho, no momento de uma importante votação a decidir o futuro da República francesa, 6 votos são dados a favor da resistência, enquanto 13 votos – inclusive do Marechal Pétain! (2) - são favoráveis à capitulação. Como poderiam os soldados prosseguir na luta se os próprios líderes não acreditavam mais na vitória? Eis a desmoralização, a Queda da França.
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Notas:

(1)Em 15 de maio, o Marechal do Ar, H. Dowding convenceu o primeiro-ministro W Churchill a não enviar mais aviões para a França.

(2)O Marechal Pétain foi um dos líderes da resistência francesa e aliada na Grande Guerra e um dos símbolos da vitória de 1918. Era surpreendente o seu voto a uma capitulação. Mas, segundo os historiadores, o Marechal preferia um 'governo forte' pró-nazista do que uma resistência que poderia levar à um caos e assim abrir brechas para uma 'subversão' comunista. Em Vichy, o Marechal assumiria o governo colaboracionista.
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por Leonardo de Magalhaens
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