domingo, 7 de março de 2010

Guerra Falsa & Campanhas nórdicas

Trecho de
A ALEMANHA DE HITLER
autor: Roderick Stackelberg
trad. A B Pinheiro de Lemos

sobre a “guerra falsa”e as “campanhas nórdicas"


A ”Guerra Falsa”


Na frente de oeste, por outro lado, a guerra assumiu a forma do que os alemães chamaram de Sitzkrieg (guerra sentada), enquanto no Ocidente era conhecida como ”Guerra Falsa”. Os franceses não se arriscaram a sair de suas posições defensivas na Linha Maginot, apesar da considerável superioridade - embora temporária - em número e material. A experiência da Primeira Guerra Mundial convencera os líderes militares franceses de que a defesa era mais importante que a ofensiva. A relutância em lançar um ataque foi também uma decorrência da persistente ilusão de que os combates ainda poderiam ser evitados, se os alemães não fossem provocados. O medo da retaliação aérea contra alvos civis foi outro elemento dissuasivo, assim como a bem fortificada Muralha do Oeste (também chamada de Linha Siegfried), corn 650 quilômetros, construída pelos alemães antes do início da guerra, da fronteira suíça até o norte da cidade de Aachen. Os Aliados achavam que o tempo estava do seu lado, que um bloqueio bastaria para acarretar o colapso alemão.


Depois da conclusão vitoriosa da campanha polonesa, Hitler propôs a paz, em troca da aquiescência Aliada para a ocupação alemã da Polônia. Ao oferecer ao mesmo tempo sua garantia de manutenção do Império Britânico, Hitler esperava fincar uma cunha entre a Inglaterra e a França. Quando sua oferta foi rejeitada, Hitler optou por desfechar uma ofensiva imediata na frente ocidental. Várias considerações persuadiram-no da necessidade de procurar uma solução rápida da guerra no Ocidente. A neutralidade soviética e americana talvez não durasse, a Itália podia vacilar em sua lealdade, e os países ocidentais provavelmente adquiririam mais poderio militar. As condições do tempo, no entanto, assim como a perda acidental dos planos de batalha alemães na Bélgica, em janeiro, forçaram um adiamento do ataque até a primavera seguinte.

A campanha escandinava


A Guerra do Inverno transferiu o foco dos planejadores militares para a Escandinávia. A Noruega serviu como o canal para a ajuda francesa e britânica aos finlandeses na Guerra do Inverno. E verdade, diga-se de passagem, que bem pouca ajuda de fato alcançou os finlandeses. Os alemães temiam, não sem razão, que os Aliados planejassem abrir uma segunda frente contra a Alemanha na Escandinávia. A 9 de abril de 1940, tropas alemãs invadiram a Dinamarca e a Noruega, a fim de impedir que os britânicos ocupassem esses países e interrompessem o fluxo de minério de ferro da neutra Suécia, que era vital para a economia de guerra da Alemanha. A Dinamarca caiu em doze horas, mas o exército norueguês lutou corn a maior tenacidade, corn o apoio dos Aliados, por várias semanas. A resistência final só terminou a 10 de junho, quando a campanha alemã contra a França já fora desfechada. Na Noruega, os alemães instalaram um regime subordinado, tendo no comando um ex-ministro da Defesa norueguês, Vidkun Quisling (1887-1945), cujo nome se tornaria um símbolo de abjeta colaboração.
Roderick Stackelberg

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