sexta-feira, 25 de setembro de 2009

As Reações dos Aliados à invasão alemã da Polônia 1939










Setembro 1939

As Reações dos Aliados
diante do ataque alemão à Polônia

Com os ataques alemães à fronteira polonesa, na madrugada de
1 de setembro de 1939, com o bombardeio naval da cidade de
Danzig (hoje Gdansk), os ataques aéreos às cidades e à capital
Warsaw (Varsóvia), os governos britânico e francês perceberam
que a agressão nazista era real e definitiva. Não haveria mais
negociações.

O recurso às armas não deixava mais espaços para a diplomacia.
Desde as concessões ocidentais aos expansionismos germânicos,
na Renânia, na Áustria, na Tchecoslováquia, as discussões diplomáticas
estava reduzidas às retóricas formalistas e vazias de ação – mero
discursos para inglês ver – e acordos hoje assinados para amanhã
serem quebrados.

Assim, o primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain percebia a
inutilidade de todos os esforços diplomáticos, todas as concessões
feitas ao ditador nazista – sempre ambicionando mais – e a chegada,
irremediável, da guerra em grande escala. No discurso de 1 de setembro,
na House of Commons (no Parlamento), ele desabafa:

We have no quarrel with the German people, except that they allow themselves to be governed by a Nazi Government. As long as that Government exists and pursues the methods it has so persistently followed during the last two years, there will be no peace in Europe.


“Não temos nenhuma queixa contra o povo alemão, exceto que ele permite ser governado por um governo nazista. Enquanto este governo existir e persiste nos métodos que tem usado durante os últimos dois anos, não haverá paz na Europa.”

E quando o governo britânico divulga a Declaração de guerra, em 3 de
setembro de 1939, oficialmente às 11hs,

This is a sad day for all of us, and to none is it sadder than to me. Everything that I have worked for, everything that I have hoped for, everything that I believed in during my public life, has crashed into ruins. There is only one thing left for me to do; that is, to devote what strength and powers I have to forwarding the victory of the cause for which we have to sacrifice so much. I cannot tell what part I may be allowed to play myself; I trust I may live to see the day when Hitlerism has been destroyed and a liberated Europe has been reestablished.

“Este é um dia triste para todos nós, e para ninguém é mais triste do que
para mim. Tudo aquilo pelo que tenho trabalhado, tudo pelo que tenho esperado,
tudo em que acreditei durante a minha vida pública, está em ruínas. Há apenas
uma coisa que eu posso fazer; que é devotar-me com força e poder que tenho
rumo a vitória da causa pela qual temos nos sacrificado tanto. Eu não posso
dizer que partida eu mesmo jogarei; eu confio que viverei para ver o dia quando o
Hitlerismo estiver destruído e uma Europa libertada estiver restabelecida.”


Discurso no Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=qtrOJnpmz6s

No entanto, como sabemos, o ex-primeiro ministro Chamberlain faleceu
em 9 de novembro de 1940, exatos seis meses após passar o cargo para
o obstinado e belicista Mr. Winston Churchill.

O governo francês declara guerra horas depois, às 17hs, em 3 de setembro,
e tropas francesas (em 11 divisões) avançam rumo a Sarrebruck (região do
Sarre) – apenas para perderem as áreas conquistadas para as divisões
alemãs estacionadas no ocidente (Westwall ou linha Siegfried) do 1o Exército
alemão. Já os britânicos atacam pelo ar, em bombardeios aos portos de
Wilhelmshaven e Brunsbuttel, sem causar estragos consideráveis. (Ainda
mais se comparados aos sucessos posteriores, confundindo os detectores
alemães)

O governo canadense solicita autorização ao governo britânico para a
declaração de guerra, oficialmente em 10 de setembro, juntando-se assim aos
Domínios, globalmente dispersos, dono dos mares, prontos para sufocarem os
germânicos. (Ainda falta o principal, o ex-Domínio, o independente e poderoso
Estados Unidos da América)

ver : http://pt.wikipedia.org/wiki/15%C2%AA_Divis%C3%A3o_de_Infantaria_(Alemanha)


A 15ª Divisão de Infantaria não tomou parte na Campanha da Polônia, já que durante as operações estava situada ao longo da Frente Ocidental na Região de Saar entre Saarlautern e Saarbrucken. Embora a Frente Ocidental era na maior parte do tempo quieta a Wehrmacht tomava parte em operações na Polônia, os franceses fizeram, de fato, uma operação limitada e de pouco sucesso numa ofensiva contra a fronteira alemã, que conseguiram ocupar cerca de 200 km do território alemão e 50 aldeias alemãs. Esta foi a Ofensiva Saar lançada pelos franceses que iniciou no dia 7 de Setembro de 1939.

Os franceses atacaram as linhas alemãs do
1º Exército em um arco ao sul de Saarbrucken, ocupando o Warndt, entre outras áreas. Quando os franceses lançaram o seu ataque contra as unidades alemãs, estas voltaram para a Linha Siegfried, no Norte, ao longo do rio Saar e os francês rapidamente desistiram de tomar o terreno. Porém, logo após a ofensiva ser lançado os franceses começaram a perceber a futilidade da exploração em território alemão.

Devido a um pobre planejamento e uma falta de espírito ofensivo dos franceses foi impedida uma maior ofensiva. E em poucas semanas as unidades alemãs retomaram grande parte do terreno que haviam perdido inicialmente. Durante estas operações a 15ª Divisão de Infantaria esteve envolvida diretamente, inicialmente puxa de volta para o rio Sarre devido ao avanço francês e logo após ao avançar novamente para reocupar seu terreno perdido.


Nenhuma ação contra a União Soviética

Enquanto as tropas do Exército Vermelho avançam sobre o leste da Polônia,
que agoniza sob o golpe duplo, os ocidentais não se manifestaram – além de
retóricas – contra a 'punhalada pelas costas' que o aliado polonês recebia.
Obviamente, os soviéticos diziam proteger as populações do leste polonês
contra o avanço nazista. E nada diziam sobre um Protocolo Secreto, entre os
'assassinos fascistas' e o 'governo dos proletários'.

Claro, que a Grã-Bretanha não poderia atacar os grandes exércitos
germânico e russo, ao mesmo tempo! E no mais, a estratégia britânica
contava com a aliança da Rússia – e seu imenso exército! - contra o III Reich.
Basicamente, repetir a I Guerra Mundial e sufocar os germânicos. Mesmo que
o governo agora estive nas mãos dos 'repulsivos bolcheviques' (sic) regicidas e
subversivos, os coveiros da civilização europeia (falta acrescentar: burguesa).
A demora em negociar com os soviéticos levou a Grã-Bretanha a perder um
aliado anti-fascista (ainda que o fascismo, de início, fosse uma 'proteção' contra
o bolchevismo) – o que possibilitou o esdrúxulo Pacto de Não-agressão
Germano-Soviético ou Molotov-Ribbentrop, nada mais que a permissão
russa para o avanço germânico na nova partilha da Polônia.

Mas até Churchill, o monarquista, o anti-bolchevista, sabia que somente poderia
vencer o III Reich alemão com a ajuda de outra potência, ou seria a França (logo
derrotada, em 1940) ou os Estados Unidos (entram na guerra em 1941/42),
enquanto as tropas alemãs se dispersavam e se desgastavam. Para o velho
imperialista o ideal seria que os nazistas e os bolchevistas se aniquilassem
mutuamente. Uma guerra entre os totalitarismos, ideológicos e raciais, seria
uma 'guerra de aniquilação', sem acordos nem quartel. E sem honra.

Mas o que ninguém esperava era uma ofensiva soviética na Finlândia – e muito
menos a ineficiência do Exército Vermelho diante da resistência finlandesa.
Seria tudo culpa dos 'expurgos' arquitetados por Stálin e sua entourage ?

Veremos nos tópicos Guerra Civil Finlandesa e Guerra de Inverno.


Por
Leonardo de Magalhaens

http://leonardomagalhaens.zip.net/

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A quarta Partilha da Polônia - 10 a 20 de setembro de 1939





A quarta Partilha da Polônia
10 a 20 de setembro de 1939

O avanço das tropas alemãs rumo a Varsóvia (Warsaw), sufocando
a resistência dos poloneses na capital, e nas fortalezas de
Brest-Litovsk e Modlin, prosseguiu em movimento de pinça a partir
do norte (tropas panzer de Guderian) e do sul (tropas sob comando de
von Rundstedt), logo iniciando o cerco à capital polonesa, entre 9 e 13
de setembro, enquanto as fortalezas se negavam à rendição,
ainda à espera do contra-ataque para aliviar o cerco à capital.

O fato é que até 14 de setembro, os defensores poloneses,
sob o comando do Marechal Edward Rydz-Smigly(1886-1941),
[o sucessor de Jozef Pilsudsky (1887-1935), que comandou as
forças polonesas durante a Guerra Polaco-Soviética (1919-21)]
ainda esperavam conter os alemães, pelo menos até a chegada dos
franceses e britânicos, segundo estabelecia os acordos com as
potências ocidentais. Realmente, os alemães esperavam conquistar
a Polônia antes do ataque na fronteira oeste, no momento com
defesa mínima (nenhuma divisão panzer ).

A declaração de guerra emitida pelos britânicos, e depois
pelos franceses, em 03 de setembro, teve pouco efeito prático,
nada além da mobilização das tropas, sem qualquer ataque ao
território alemão. Em seguida, o Império Britânico se mobiliza
junto a Metrópole, com as declarações de guerra emitidas
pela Austrália, Índia e Nova Zelândia. ( O Canadá declara guerra
ao III Reich em 10 de setembro de 1939, apoiando a Grã-Bretanha
mais com suprimentos do que exatamente tropas)

A vantagem da Blitzkrieg seria justamente a surpresa (afinal
de contas, não houve 'declaração de guerra') e a velocidade de
ataque (mobilidade, cerco e destruição dos pontos de resistência),
no sentido de evitar uma 'guerra de atrito', imóvel e prolongada.
A velocidade dos ataques e a mobilidade da defesa, possível com
as divisões panzer e as tropas motorizadas, evitava qualquer
estabelecimento de novos pontos de resistências, bombardeando
as tropas em fuga, além das infra-estruturas e bases de apoio
existentes na retaguarda. Foi isso que o Ocidente não entendeu,
atribuindo a iminente derrota polonesa a um atraso e à
incapacidade dos exércitos poloneses.

Realmente, a ineficiência polonesa foi em relação a 'guerra de
movimento
' (não apenas por deficiência de material e tropas),
a mesma ineficiência que seria mostrada pelas potências
ocidentais (quando dos ataques de 1940 e 1941). Por outro lado,
os soviéticos observaram de perto as novas táticas (usadas
no conflito com os japoneses, na Batalha de Khalkin Gol,
em agosto de 1939, onde se destacou o comando de G. Zhukov
(Jukov), porém não evitou derrotas na Finlândia (1939/40), e
depois quando da invasão nazista (em junho de 1941)

As tropas do Exército Vermelho, derrotadas na Polônia em 1920,
às portas de Varsóvia (Warsaw), no final da Guerra Polaco-Soviética
(1919-21), voltaram ao país na segunda quinzena de setembro de 1939,
alegando defender as populações de bielorussos e ucranianos em território
polonês, diante da ameaça 'fascista' (ainda que a URSS tivesse um acordo
com o III Reich – ver o Pacto Ribbentrop-Molotov – que foi mantido
até a invasão nazista em junho de 1941, a Operação Barbarossa)

O ditador soviético Josif Stálin insistia em anteior acordo proposto
em possível aliança com as potências ocidentais, no sentido de
um avanço russo na Polônia quando de um ataque alemão, assim
como haveria um ataque franco-britânico a região oeste da
Alemanha (no momento, sem defesas, muito menos tropas panzer),
mas acontece que (espantosamente?) o pacto foi assinado com os
nazistas, enquanto os britânicos pouco fizeram de esforço.

Stálin preferiu os nazistas. Por que? Pois o Protocolo Secreto
do Pacto Ribbentrop-Molotov permitiria aos russos um avanço
nos territórios do leste europeu (leste da Polônia, países balticos),
com uma 'esfera de influência' que os Ocidentais não permitiriam.
Além do mais os russos visavam áreas da Finlândia e da Rumânia.
(Sem, obviamente, o pleno acordo dos nazistas.) Este é o motivo
da 'boa-vontade' do ditador soviético em respeitar os acordos com
os nazistas, um real interesse de evitar a guerra, ou adiar a mesma,
ampliando uma área de defesa (no Báltico, ao redor de Leningrad;
na Ukrania, na parte tomada à Polônia; nas margens do Mar Negro,
o porto de Odessa, e a fortaleza de Sebastopol, na Crimeia)

Esta 'necessidade de defesa' foi o argumento dos soviéticos para
pressionar a Finlândia, logo após a derrota da Polônia, no sentido
de novas bases e territórios cedidos à URSS. Os finlandeses não
concordaram, e foram atacados, e resistiram.
Veremos nos tópicos Guerra Civil Finlandesa
e Guerra de Inverno.




Fontes: Wikipédia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Invasão_Soviética_da_Polónia

http://www.absoluteastronomy.com/topics/Soviet_order_of_battle_for_invasion_of_Poland_in_1939



por Leonardo de Magalhaens

http://leonardomagalhaens.zip.net/

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Invasão da Polônia - 1 a 10 de setembro 1939





A Blitzkrieg avança na Polônia
1 a 10 de setembro 1939

Iniciada em 1 de setembro de 1939, a invasão nazista da
Polônia, com uso da estratégia de 'Blitzkrieg' (ou 'guerra
de movimento'), onde as tropas atacadas são logo cercadas
por 'movimentos em pinça' dos exércitos atacantes, além da
dissolução de toda resistência e defesa, com o uso de artilharia
pesada e ataque aéreo, a nova guerra mostrou abertamente
o seu grau de letalidade.

As populações civis eram atacadas até antes dos ataques às
tropas combatentes – com o propósito de espalhar a confusão
na retaguarda. Tudo em nome da agilidade e do ataque definitivo,
a impossibilitar ao inimigo todas as tentativas de contra-ofensiva.
As infra-estruturas (estradas, ferrovias, pontes, represas, reservatórios
de água, prédios públicos, etc) são logo bombardeadas, bem antes
do avanço da tropa (a infantaria) que vai encontrar o inimigo
profundamente abalado, incapaz de resistir.

Militarmente, no tópico Teatro de Operações, podemos resumir
assim os dez primeiros dias do ataque à Polônia: o ataque começa
ao amanhecer de 1 de setembro, quando 40 divisões alemães,
além de 4 divisões motorizadas, 4 divisões ligeiras, 7 divisões Panzer,
e 1 brigada de cavalaria, adentram o território polonês, advindas do
oeste (Alemanha), sul (Protetorado da Boêmia e Morávia) e do norte
(Prússia Oriental). Os alemães atacam 30 divisões polonesas, além
de 1 brigada ligeira e 11 brigadas de cavalaria.

Os poloneses organizam a defesa em 7 grandes grupos: ao norte,
os exércitos da Pomerânia, de Modlin (próximo a Warsaw/Varsóvia)
e Narew; a oeste, os exércitos da Posnânia e do Lodz; ao sul, os
exércitos da Krakov e dos Cárpatos. O objetivo dos alemães é envolver
e desmembrar tais grupos de exércitos. Assim, o 3o exército alemão
(sem divisões Panzer), ao norte, vence o exército de Modlin e avança
sobre Warsaw, enquanto o 4o exército alemão (com os Panzer liderados
por Guderian) ataca o Corredor Polonês, vence o exército da Pomerânia
e segue para Warsaw. No sul, segue o 10o exército alemão (sob o
comando de von Rudstedt, assessorado por Manstein) vence o exército
Krakov e avança sobre Warsaw. Ao mesmo tempo, o 14o exército
vence o exército o Cárpatos e segue para o rio Bug.

O avanço intensifica-se de 3 a 5 de setembro, quando os tanques
(Panzer) alemães sofriam mais com o 'fogo amigo' da artilharia do
que com os contra-ataques poloneses.


Contra-ataque polonês – 9 de setembro

Os grupos de exércitos da Posnânia e da Pomerânia (Pomorz) atacam
os flancos do 8o exército alemão, ao norte de Lodz. O 10o exército atua
em defesa móvel, enquanto o General Reichenau arma um contra-ataque
ao sul do exército da Posnânia. O Geenral Rundstedt traz reforços do
noroeste.

No mesmo dia, 09, a 4a divisão blindada Panzerdivisionen atua nos
subúrbios de Warsaw – descobre que os tanques (em área urbana)
são ineficientes (57 dos 120 tanques são destruídos!) Tanto que o
Alto-Comando passa a evitar as batalhas nas cidades,
preferindo o cerco – mantendo assim a mobilidade das tropas.

(Veremos depois o quanto as 'batalhas urbanas' desgastam as
Panzerdivisionen, nos exemplos clássicos – e trágicos! - de
Leningrado, Kiev, Moscow e Stalingrad)

A partir do dia 10, todas as promessas dos franceses e britânicos
ficam destinadas ao vazio retórico. Ainda mais que, vindas do
leste, aparecem as tropas do Exército Vermelho, para fazerem
cumprir o Protocolo Secreto do Pacto Germano-Soviético, ou
Molotov-Ribbentrop, de agosto de 1939.


continua...


por Leonardo de Magalhaens

http://leonardomagalhaens.zip.net/



Fontes: Wikipédia
http://en.wikipedia.org/wiki/Invasion_of_Poland_(1939)

Punhos de Aço”, K J Macksey

The Other Side of the Hill” (O outro lado da colina)
B H Liddell Hart

terça-feira, 1 de setembro de 2009

FALL WEISS - Caso Branco - A Invasão da Polônia





Fall Weiss: Caso Branco: a Invasão da Polônia
em 1 de setembro de 1939
Quando as tropas alemãs cruzaram a fronteira polonesa,
através do 'corredor polonês', além de vindas do norte
(Prússia Oriental) e do Sul (Tchecoslováquia), em 1o de
setembro de 1939, o ditador nazista, o Führer Adolf Hitler
não pretendia iniciar uma 'guerra total', e muito menos, mundial.
Esperava derrotar rapidamente as tropas polonesas e anexar
a Polônia – a ser, poŕem, dividida com a Rússia soviética.
Até porque a tática de Blitzkrieg, “guerra relâmpago”, ou
“guerra de movimento” (Bewegungskrieg), usando tropas
motorizadas, veículos blindados e ataques aéreos,
enfatizava as ofensivas, evitando a 'guerra de atrito' que
caracterizou a Primeira Guerra Mundial.
Ou seja, uma guerra demorada, com a resistência dos povos
atacados, só complicaria a eficiência da aclamada 'máquina
de guerra alemã', que surpreendeu os Ocidentais, e depois
os russos soviéticos, entre 1940 e 1943. despreparada para
uma 'guerra total', a fragilidade da economia alemã seria
compensada pelos 'créditos de ocupação' pago pelos países
'protegidos' – na verdade, o saque 'legalizado' das riquezas
(e até obras-de-arte) europeias. A guerra, portanto, era uma
necessidade econômica, para 'cobrir os gastos' da máquina
estatal (a ponto do nazismo ser também considerado
Capitalismo de Estado”) e justificar os imensos gastos militares
(incluindo a ampliação do quadro de oficiais e novos recrutas),
levando o ditador nazista a alegar a importância de uma
'guerra econômica', imperialista, para dominar novos territórios
(para o 'espaço vital', Lebensraum) e matérias-primas
(principalmente cereais, ferro e petróleo).
As posições de tropas alemães cobriam toda a extensão da
fronteira ocidental polonesa, além da posição norte (a Prússia
Oriental), permitindo, assim, manobras de cerco quando da
invasão, ao surpreenderem os poloneses em movimentos em
pinça vindo de oeste e do norte, o que inviabilizava os recuos
e as retiradas. Além do fato inconteste da qualidade deficitária
do material bélico das tropas polonesas, com canhões obsoletos,
ou empregando cargas de cavalaria contra veículos blindados!
Afinal, se somarmos as tropas alemãs (com 60 divisões) sua
superioridade numérica é pouco superior em relação as
polonesas (com 39 divisões), ainda mais que os poloneses
estão 'em casa', conhecem o terreno e bom organizar as
posições defensivas.
Aliás, 'poderiam' organizar! Pois a força aérea alemã, a
Luftwaffe, tem por objetivo bombardear as posições, as
retaguardas, e desorganizar todo o esforço de resistência,
impossibilitando as contra-ofensivas, e o cercamento das
tropas alemãs (a medida em que estas adentram o território
polonês), em suma, em atuação essencial para o desmoro-
namento de todo front polonês. Ao mesmo tempo, os ataques
aéreos deixam as populações civis em contínuo terror. É
uma amostra de que a guerra nazista não respeita a distinção
entre combatentes e não-combatentes, quando executa o
bombardeio das cidades, vitimando mulheres e crianças
sem qualquer defesa.
A impiedade da Blitzkrieg deixou um gosto amargo de terror
aos povos europeus, quando colunas de fumaça se elevavam
dos centro urbanos em chamas, e a população em fuga carregava
os poucos bens salvos da destruição, que semeava pânico em
todas as partes. Seja em terra, seja no ar, as forças polonesas,
muitas cercadas, se viram incapazes de defenderem suas posições,
e muito menos as populações vitimadas.

Por Leonardo de Magalhaens

http://leonardomagalhaens.zip.net
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