Outubro 1939
Drôle de Guerre
Depois da invasão da Polônia, a rendição das forças
armadas polonesas, em Varsóvia (Warsaw)(28/09), a
retirada das forças francesas do rio Mosela (17/10), o
ditador germânico Adolf Hitler, julgando-se invencível,
iniciou a segunda etapa das 'ofertas de paz' com as
potências ocidentais.
Enquanto partes da Polônia (principalmente Pomerânia
e Silésia) eram absorvidas no Grande Reich, e os guettos
estavam 'na ordem do dia', nos preâmbulos das campanhas
de colonização e aniquilamento, que ainda deixariam
horrorizado o mundo civilizado, o ditador queria 'carta
branca' dos anglos e francos – para manter a conquista
do “Lebensraum” (espaço vital) para os germânicos.
No discurso diante do Reichstag, em 6 de outubro de 1939,
o Fuhrer alegou a irracionalidade de um "dito" Estado polonês,
mera criação do Ditado de Versailles, imposto pelas duas
potências vencedoras - Grã-Bretanha e França - , que
apenas incentivaram as 'ambições' polonesas de agredir os
alemães (que tiveram - segundo ele - muita paciência em
tolerar os 'insultos' do tal Estado, que agora as Forças Armadas
alemãs tinham domesticado).
Uma guerra com os ocidentais não era exatamente o que o
Führer desejava. Queria era invadir e colonizar as estepes
ucranianas. Havia um risco total na 'jogada', ao invadir a
Polônia (mesmo com o 'aval' da URSS), e iniciar outra guerra
mundial (a Alemanha já não havia perdido a anterior?) A
Alemanha teria tudo a perder. E o ditador sabia disso: “A
Alemanha se defenderá até o limite extremo, na pior das
hipóteses, todos os combatentes serão aniquilados.” (Fest,
J. Hitler. p. 737) Aqui, já é possível notar o tom mórbido e
catastrófico de um Götterdämmerung (crepúsculo dos
Drôle de Guerre
Depois da invasão da Polônia, a rendição das forças
armadas polonesas, em Varsóvia (Warsaw)(28/09), a
retirada das forças francesas do rio Mosela (17/10), o
ditador germânico Adolf Hitler, julgando-se invencível,
iniciou a segunda etapa das 'ofertas de paz' com as
potências ocidentais.
Enquanto partes da Polônia (principalmente Pomerânia
e Silésia) eram absorvidas no Grande Reich, e os guettos
estavam 'na ordem do dia', nos preâmbulos das campanhas
de colonização e aniquilamento, que ainda deixariam
horrorizado o mundo civilizado, o ditador queria 'carta
branca' dos anglos e francos – para manter a conquista
do “Lebensraum” (espaço vital) para os germânicos.
No discurso diante do Reichstag, em 6 de outubro de 1939,
o Fuhrer alegou a irracionalidade de um "dito" Estado polonês,
mera criação do Ditado de Versailles, imposto pelas duas
potências vencedoras - Grã-Bretanha e França - , que
apenas incentivaram as 'ambições' polonesas de agredir os
alemães (que tiveram - segundo ele - muita paciência em
tolerar os 'insultos' do tal Estado, que agora as Forças Armadas
alemãs tinham domesticado).
Uma guerra com os ocidentais não era exatamente o que o
Führer desejava. Queria era invadir e colonizar as estepes
ucranianas. Havia um risco total na 'jogada', ao invadir a
Polônia (mesmo com o 'aval' da URSS), e iniciar outra guerra
mundial (a Alemanha já não havia perdido a anterior?) A
Alemanha teria tudo a perder. E o ditador sabia disso: “A
Alemanha se defenderá até o limite extremo, na pior das
hipóteses, todos os combatentes serão aniquilados.” (Fest,
J. Hitler. p. 737) Aqui, já é possível notar o tom mórbido e
catastrófico de um Götterdämmerung (crepúsculo dos
deuses). A queda (Untergang) arrastando meio mundo.
Mas em outubro de 1939, Hitler preferia atacar antes de ser
atacado. Os generais viviam na defensiva, mas o Führer
queria um ataque – em pleno inverno! Surgiu então um impasse:
de ambos os lados. Seria a “Drôle de guerre” (guerra ridícula),
“Phoney War” (a guerra falsa), ou “Sitzkrieg” (guerra sentada),
quando as hostilidades foram minimizadas, ou mesmo evitadas.
Mas em outubro de 1939, Hitler preferia atacar antes de ser
atacado. Os generais viviam na defensiva, mas o Führer
queria um ataque – em pleno inverno! Surgiu então um impasse:
de ambos os lados. Seria a “Drôle de guerre” (guerra ridícula),
“Phoney War” (a guerra falsa), ou “Sitzkrieg” (guerra sentada),
quando as hostilidades foram minimizadas, ou mesmo evitadas.
(Enquanto as relações entre a URSS e a Finlândia esfriavam a
cada dia. Assim, na guerra entre a Alemanha e o Ocidente, o
conflito mais importante daquele inverno, estranhamente, foi o
ocorrido entre os russos e os finlandeses!)
Os generais (principalmente a 'velha guarda', Beck, Brauchitsch,
Rundstedt, Halder) sabiam que a Alemanha não suportaria uma
guerra prolongada, 'de atrito', nos padrões da Primeira Guerra
Mundial. Um conflito que o ditador desejava abreviar, poderia,
ao contrário, ser mais extenso. Envolver outros países, rivais
em potencial. (Principalmente, a URSS). Enquanto Hitler queria
a ofensiva para uma data entre 15 e 20 de novembro, em pleno
inverno!, os generais resistiam, do mesmo modo como agiram
em setembro de 1938, na possibilidade de um conflito com os
tchecos.
O impasse entre os nazistas e os generais reacionários, sobre
a ofensiva nos Países Baixos e na França é hoje cuidadosa e
exaustivamente estudado, para aliviar um pouco da imensa culpa
das Forças Armadas alemãs, em acompanharem a 'aventura' dos
fascistas. Não por 'razões humanitárias', mas por puro pragmatismo,
o expansionismo alemão estava condenado ao fracasso. E trata-se
de um profundo impasse, logístico e ideológico, pois segundo
o historiador J. Fest, o ataque ao Ocidente foi adiado 29 vezes!
(Hitler, p. 743)
Leonardo de Magalhaens
http://leonardomagalhaens.zip.net/
cada dia. Assim, na guerra entre a Alemanha e o Ocidente, o
conflito mais importante daquele inverno, estranhamente, foi o
ocorrido entre os russos e os finlandeses!)
Os generais (principalmente a 'velha guarda', Beck, Brauchitsch,
Rundstedt, Halder) sabiam que a Alemanha não suportaria uma
guerra prolongada, 'de atrito', nos padrões da Primeira Guerra
Mundial. Um conflito que o ditador desejava abreviar, poderia,
ao contrário, ser mais extenso. Envolver outros países, rivais
em potencial. (Principalmente, a URSS). Enquanto Hitler queria
a ofensiva para uma data entre 15 e 20 de novembro, em pleno
inverno!, os generais resistiam, do mesmo modo como agiram
em setembro de 1938, na possibilidade de um conflito com os
tchecos.
O impasse entre os nazistas e os generais reacionários, sobre
a ofensiva nos Países Baixos e na França é hoje cuidadosa e
exaustivamente estudado, para aliviar um pouco da imensa culpa
das Forças Armadas alemãs, em acompanharem a 'aventura' dos
fascistas. Não por 'razões humanitárias', mas por puro pragmatismo,
o expansionismo alemão estava condenado ao fracasso. E trata-se
de um profundo impasse, logístico e ideológico, pois segundo
o historiador J. Fest, o ataque ao Ocidente foi adiado 29 vezes!
(Hitler, p. 743)
Leonardo de Magalhaens
http://leonardomagalhaens.zip.net/