Crises Econômicas do pós-guerra
Que as crises econômicas da década de 20 e 30 tenham
influenciado e muito a ascensão nazi-fascista até a guerra
mundial ninguém nega, mas analisar as influências diretas
na 'perspectiva de mundo' do cidadão comum, poucos fazem.
As instabilidades monetárias e os diversos planos econômicos
levavam as classes médias e populares a uma descrença
com o sistema político, confundindo os governos burgueses
com a 'democracia' – e assim pensando que a culpa era dos
sistemas parlamentares.
Uma forte onda anti-liberal varreu a Europa – ainda em recons-
trução – e os ditadores começaram a falar mais alto. Os ditos
'governos fortes' passaram a dizer que era o 'fim do liberalismo',
pois os plutocratas, os financistas, os burocratas, os banqueiros
eram os culpados. Com tal discurso conseguiram até a adesão
de fartas fatias das classes proletárias, acostumadas a um
discurso de 'esquerda'.
Para exemplificar, citemos os planos que regulavam os
pagamentos alemães como ressarcimentos por prejuízos
causados pela Primeira Guerra Mundial. O Plano Dawes, de
novembro de 1923, restituía ao governo de Berlim o controle
do orçamento, devendo uma comissão aliada de fiscalização
supervisionar as operações bancárias e tributárias alemãs.
Tal plano vigorou até o Plano Young, em junho de 1929, que
retirava às nações credoras qualquer poder de intervenção na
economia da Alemanha, a qual se comprometia a pagar 37
atividades fixas e 22 anuidades condicionais.
Então o que aconteceu? A quebra da Bolsa de Valores de
New York, ali na Wall Street, na quinta-feira sombria de 24 de
outubro de 1929, com sua amostra de crise financeira sistêmica,
causou um abalo no mundo e atingiu diretamente os alemães,
que se encontraram impedidos de pagarem as tais anuidades.
O crash de Wall Street (in english) vejam mais em http://en.wikipedia.org/wiki/Wall_Street_Crash_of_1929
Caos favorável aos fascistas (e também aos extremistas de
esquerda) que aproveitavam os financistas como 'bodes
expiatórios'. Hitler, no poder depois de 1933, passou a rasgar
o Tratado de Versalhes, artigo por artigo, página por página. Em
1935, começou o rearmamento, a nova Wehrmacht. Gastos
militares e obras públicas movimentam a economia. Em janeiro
de 1937, o governo alemão declarou abolido qualquer futuro
pagamento de indenizações de guerra.
Banqueiros britânicos financiaram os nazistas
Por que os banqueiros britânicos financiaram os nazistas?
Simplesmente porque esperavam uma guerra contra o
'comunismo', contra a URSS. Não importava muito se a Polônia
fosse 'molestada'.
Os líderes britânicos não fizeram qualquer esforço para chegar
a um acordo com o governo de Stálin. Daí os nazistas aproveitarem
e, com promessas de uma nova partilha da Polônia, chegarem a
um acordo, o Pacto de Não-Agressão, negociado por Ribbentrop
e Molotov (apesar de que o Pacto Anti-Komintern era expressa-
mente contrário a qualquer relação diplomática dos países
signatários com a potência 'comunista')
Contudo, para o III Reich se voltar contra a URSS, Hitler
precisaria transformar a Alemanha em potência européia –
o que contrariava os partidários do Império Britânico. (Para
Churchill, uma aliança com os soviéticos era meramente
'funcional' – afinal, que outro exército na Europa poderia derrotar
os alemães? O Primeiro-Ministro bem que gostaria que o Reich
e a URSS se eliminassem mutuamente. Como não aconteceu,
ele apoiou a URSS – na política do 'inimigo de inimigo meu,
é amigo meu' – numa aliança comum e bizarra, onde os
soviéticos entravam com as tropas, numerosas tropas que
seriam sangradas numa 'guerra total'. Mas quando os soviéticos
se mostraram contra-ofensivos e finalmente vencedores,
Churchill passou a gritar contra o 'imperialismo estalinista'!)
Assim, em nome da 'garantia' à Polônia, a Grã-Bretanha declarou
guerra (igualmente fizera em 1914, quando entrou na Grande
Guerra para exigir a 'intocável' neutralidade da Bélgica) a possível
nova potência – a Alemanha. (Mas antes não havia entregue a
Que as crises econômicas da década de 20 e 30 tenham
influenciado e muito a ascensão nazi-fascista até a guerra
mundial ninguém nega, mas analisar as influências diretas
na 'perspectiva de mundo' do cidadão comum, poucos fazem.
As instabilidades monetárias e os diversos planos econômicos
levavam as classes médias e populares a uma descrença
com o sistema político, confundindo os governos burgueses
com a 'democracia' – e assim pensando que a culpa era dos
sistemas parlamentares.
Uma forte onda anti-liberal varreu a Europa – ainda em recons-
trução – e os ditadores começaram a falar mais alto. Os ditos
'governos fortes' passaram a dizer que era o 'fim do liberalismo',
pois os plutocratas, os financistas, os burocratas, os banqueiros
eram os culpados. Com tal discurso conseguiram até a adesão
de fartas fatias das classes proletárias, acostumadas a um
discurso de 'esquerda'.
Para exemplificar, citemos os planos que regulavam os
pagamentos alemães como ressarcimentos por prejuízos
causados pela Primeira Guerra Mundial. O Plano Dawes, de
novembro de 1923, restituía ao governo de Berlim o controle
do orçamento, devendo uma comissão aliada de fiscalização
supervisionar as operações bancárias e tributárias alemãs.
Tal plano vigorou até o Plano Young, em junho de 1929, que
retirava às nações credoras qualquer poder de intervenção na
economia da Alemanha, a qual se comprometia a pagar 37
atividades fixas e 22 anuidades condicionais.
Então o que aconteceu? A quebra da Bolsa de Valores de
New York, ali na Wall Street, na quinta-feira sombria de 24 de
outubro de 1929, com sua amostra de crise financeira sistêmica,
causou um abalo no mundo e atingiu diretamente os alemães,
que se encontraram impedidos de pagarem as tais anuidades.
O crash de Wall Street (in english) vejam mais em http://en.wikipedia.org/wiki/Wall_Street_Crash_of_1929
Caos favorável aos fascistas (e também aos extremistas de
esquerda) que aproveitavam os financistas como 'bodes
expiatórios'. Hitler, no poder depois de 1933, passou a rasgar
o Tratado de Versalhes, artigo por artigo, página por página. Em
1935, começou o rearmamento, a nova Wehrmacht. Gastos
militares e obras públicas movimentam a economia. Em janeiro
de 1937, o governo alemão declarou abolido qualquer futuro
pagamento de indenizações de guerra.
Banqueiros britânicos financiaram os nazistas
Por que os banqueiros britânicos financiaram os nazistas?
Simplesmente porque esperavam uma guerra contra o
'comunismo', contra a URSS. Não importava muito se a Polônia
fosse 'molestada'.
Os líderes britânicos não fizeram qualquer esforço para chegar
a um acordo com o governo de Stálin. Daí os nazistas aproveitarem
e, com promessas de uma nova partilha da Polônia, chegarem a
um acordo, o Pacto de Não-Agressão, negociado por Ribbentrop
e Molotov (apesar de que o Pacto Anti-Komintern era expressa-
mente contrário a qualquer relação diplomática dos países
signatários com a potência 'comunista')
Contudo, para o III Reich se voltar contra a URSS, Hitler
precisaria transformar a Alemanha em potência européia –
o que contrariava os partidários do Império Britânico. (Para
Churchill, uma aliança com os soviéticos era meramente
'funcional' – afinal, que outro exército na Europa poderia derrotar
os alemães? O Primeiro-Ministro bem que gostaria que o Reich
e a URSS se eliminassem mutuamente. Como não aconteceu,
ele apoiou a URSS – na política do 'inimigo de inimigo meu,
é amigo meu' – numa aliança comum e bizarra, onde os
soviéticos entravam com as tropas, numerosas tropas que
seriam sangradas numa 'guerra total'. Mas quando os soviéticos
se mostraram contra-ofensivos e finalmente vencedores,
Churchill passou a gritar contra o 'imperialismo estalinista'!)
Assim, em nome da 'garantia' à Polônia, a Grã-Bretanha declarou
guerra (igualmente fizera em 1914, quando entrou na Grande
Guerra para exigir a 'intocável' neutralidade da Bélgica) a possível
nova potência – a Alemanha. (Mas antes não havia entregue a
Tchecoslováquia ao Reich? Por que a Grã-Bretanha não declarou
guerra a URSS em setembro de 1939, quando Stálin ordenou o
avanço sobre o leste da Polônia? O objetivo era culpabilizar a
Alemanha por um ato de 'lesa-paz' em nome da segurança e
da democracia, enquanto o medo dos britânicos era de uma
concorrência em plena Europa.
(A Grã-Bretanha não poderia enfrentar o Reich e a URSS ao
mesmo tempo! Teria que jogar a URSS contra o Reich, de
algum modo. Até que Hitler fez exatamente o que os britânicos
queriam – o Führer invadiu a Rússia!)
Até agora não há provas de que Hitler planejava uma 'guerra total'
contra a Grã-Bretanha (e muito remotamente contra os EUA).
guerra a URSS em setembro de 1939, quando Stálin ordenou o
avanço sobre o leste da Polônia? O objetivo era culpabilizar a
Alemanha por um ato de 'lesa-paz' em nome da segurança e
da democracia, enquanto o medo dos britânicos era de uma
concorrência em plena Europa.
(A Grã-Bretanha não poderia enfrentar o Reich e a URSS ao
mesmo tempo! Teria que jogar a URSS contra o Reich, de
algum modo. Até que Hitler fez exatamente o que os britânicos
queriam – o Führer invadiu a Rússia!)
Até agora não há provas de que Hitler planejava uma 'guerra total'
contra a Grã-Bretanha (e muito remotamente contra os EUA).
O ditador alemão pretendia neutralizar os franceses e britânicos,
para poder exterminar os judeus e eslavos, e assim dominar o
leste europeu.
para poder exterminar os judeus e eslavos, e assim dominar o
leste europeu.
Voltaremos a esse assunto.
Leonardo de Magalhaens
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